Iniciativa ganha apoio via emenda parlamentar e deve iniciar operação no começo do segundo semestre
Seguindo sua jornada política de ações focadas nos fundamentos de raça e gênero, a deputada Erica Malunguinho destina verba para um inédito programa de mapeamento de comunidades tradicionais de matrizes africanas, que será conduzido pela UNESP. A ideia é criar mecanismos para criação de políticas públicas eficazes para essas populações, historicamente excluídas pelo direcionamento conservador de governos e prefeituras.
O projeto abarca a criação de uma plataforma online, onde lideranças das comunidades possam se cadastrar, incluindo informações de suas diretrizes filosóficas, além de necessidades estruturais e de ocupação de território. A partir do conhecimento gerado também será possível identificar formas de combate ao racismo institucional direcionado aos costumes e ideais destas pessoas. De acordo com a deputada, “jogará luz no combate ao preconceito que é lançado sobre estas comunidades de terreiro, de forma também a evitar a articulação de ações genéricas, que acabam atendendo apenas parcialmente às soluções de seus problemas”.
À frente da atuação da plataforma estará o professor Juarez Xavier, mestre e doutor, atual Vice Diretor da Faculdade de Arquitetura, Artes, Comunicação e Design (FAAC). De acordo com Xavier, “Será formado um grupo de trabalho com representantes da FAAC, de forma a identificar particularidades dessas comunidades na relação com o sagrado, seus costumes e necessidades, a partir de uma ferramenta tecnológica amigável – sendo prática e intuitiva para o auto cadastro. A partir dos dados coletados será criado um banco de dados para dar suporte, tanto ao mandato quanto a demais instituições parceiras, afim de se intensificar a observação do cumprimento dos direitos dessas pessoas, de acordo com o que é determinado pela Constituição do país”.
Malunguinho esteve em Bauru entre os dias 25 e 26 de abril, quando ministrou aula magna sobre diversidade na política durante a Semana de Recepção aos Ingressantes na faculdade entre 2020 e 2022. Na cidade ela também participou de ação do Sesc local, pelo projeto “O que te tira dos centros – Artes periféricas, ancestralidade e decolonialidade e Artes Transgressoras”.