Eles são as Super Águias Africanas. É assim que são chamados os jogadores da Nigéria, que venceram nesta sexta-feira (22) a Islândia por 2 gols a 0. Ainda antes do Mundial, o nome do time ganhou repercussão graças à beleza de seu uniforme inspirado na camisa da seleção nigeriana de 1994.
Apesar disso, a graça da Nigéria vai muito além de seu uniforme em torso verde e mangas em preto e branco. Supera ainda a sagacidade de Musa que marcou os 2 gols contra a Islândia ou a braveza do goleiro Francis Uhozo, o mais jovem da Copa, com apenas 19 anos.
É a Nigéria o país mais populoso do continente africano, com uma população que ultrapassa 148 milhões de habitantes. Desses, pouco mais de 60% são alfabetizados. O país é composto ainda por mais de 200 grupos étnicos que somam mais de 500 línguas, inclusive o yorubá, tão utilizado nas religiões de matrizes africanas no Brasil.
E assim como a zaga do time adversário, nem mesmo o Boko Haram, grupo fundamentalista que atua principalmente no norte do país atacando aldeias, matando homens e mulheres, e sequestrando crianças, foi capaz de paralisar a arte de marcar pontos. A Nigéria é responsável pela terceira maior indústria cinematográfica do mundo, a Nollywood.
A maior população negra do mundo habita a Nigéria. Por isso, em campo, as peles escuras embelezavam cada jogada num território majoritariamente branco. Não faltava sorriso. Uma hora, narradores até chamaram a atenção do time nigeriano. Um deles disse que após o gol, a equipe rebolava e tocava, como uma crítica à concentração.
Essa é uma nação acostumada mesmo a rebolar em meio às dificuldades, encontrar a posição e tocar a vida – com atenção suficiente para se destacar!
