Robert Griffin III, aclamado jogador de futebol americano, anunciou que está escrevendo um livro, Surviving Washington (Sobrevivendo a Washington, em tradução livre) para contar diferentes casos de opressão que ele diz ter sofrido durante o período em que jogava pelo Washington Redskins, entre 2012 e 2015.
Em entrevista à revista People, ele evidenciou, após algumas dúvidas decorrentes de suas postagens nas redes sociais, que o livro não trataria de experiências de outras pessoas, mas de suas próprias experiências no time, que inclusive já sofreu denúncias graves em outros momentos.
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Assédio e má conduta médica no Washington Redskins
Robert Griffin III era um jogador promissor desde a época em que estudava, em que inclusive é comum que muitos olheiros visitem os treinos escolares para acompanhar o desenvolvimento dos jogadores.
Porém, desde o seu primeiro ano jogando para o Washington Redskins, apesar de ter sido muito bem cotado para o time (entenda o motivo aqui embaixo), o tratamento que recebeu da equipe – médica e administrativamente falando -, segundo, ele, deixaram muito a desejar.
Como o livro trará detalhes de sua experiência no Redskins, ele não explicou muito bem o que cada uma de suas alegações queria dizer, mas o fato é que não foi apenas uma situação.
O jogador fez um vídeo no Twitter dizendo que contaria a verdade sobre o que aconteceu no jogo de playoff em 2012 contra o Seattle. “Vou detalhar a má gestão médica que recebi durante o meu período no Washington. Vou abrir os olhos de vocês para o assédio sexual que permeava as paredes daquele edifício e oferecer um mergulho profundo na disputa de poder entre um dos maiores técnicos de todos os esportes e um proprietário que muitos de vocês querem fora [do time]”, alertou Griffin.
Washington Football Team
O Washington Football Team, anteriormente chamado de Washington Redskins, foi fundado em 1932. A alteração do nome, que na verdade é a segunda pela qual o time passa, aconteceu em 2020 após pressão da própria NFL e de patrocinadores do time porque “redskins” é um termo racista.
Mas o envolvimento em polêmicas do time não para por aí. Recentemente, uma investigação independente acusou o time de promover uma cultura de ambiente de trabalho tóxico, que resultou em uma multa de 10 milhões de dólares (quase 57 milhões de reais).
Um relatório de 2020 mostra casos em que 15 mulheres acusaram o time de assédio sexual e alegaram ter sido abusadas verbalmente por membros da equipe.
De acordo com a liga, esses 10 milhões seriam usados para apoiar organizações comprometidas com educação de caráter, anti-bullying, relacionamentos saudáveis e outros temas do tipo.
Robert Griffin III
Robert Griffin III, também conhecido como RG3 pelos amantes do esporte, é um jogador de futebol americano nascido em Okinawa, no Japão. Já jogava futebol americano desde cedo e foi a primeira escolha do Washington Football Team no draft e a segunda escolha no geral (e a colocação nesse tipo de evento é bastante importante para delimitar a importância e o valor de cada jogador).
Durante a faculdade, em 2011, um ano antes de entrar para a equipe do Washington, ele recebeu o troféu Heisman, que é o prêmio anual dado ao melhor jogador da instituição. O prêmio rendeu sua contratação no Washington.
Até o ano passado, Griffin atuava como quarterback, que é uma das posições mais bem pagas do esporte. Entre altos e baixos, em decorrências de suas lesões – pelas quais ele acusa o time de má gestão médica -, Griffin esteve em diferentes times. Desde o início do ano, no entanto, está sem clube e passou a atuar como analista esportivo da ESPN.
O assédio sexual é um tema de difícil abordagem e discussão, mas isso não faz com que seja menos importante que estes debates aconteçam. Sobretudo quando se trata de um homem negro, cuja humanidade é constantemente colocada em questão – se é que em algum momento existiu – pela e para a sociedade. Por isso, fique de olho no lançamento do livro, que está previsto para agosto de 2022.