Tati Villela é a protagonista do longa metragem “Mundo Novo”. A história tem como um dos cenários a favela do Vidigal, Rio de Janeiro. A narrativa acompanha um grupo de talentos da comunidade, além de mostrar as vivências de um casal inter-racial em um país de estrutura racista.
Nesse contexto, o casal Cons e Presto se desloca entre bairros do Vidigal e do Leblon passando pelas desigualdades instaladas na cidade do Rio de Janeiro. A produção ocorreu durante a pandemia da Covid-19, em apenas seis dias, com equipe reduzida de cerca de 15 pessoas.
“Para mim, ainda é tudo muito novo. Esse é o meu primeiro longa e já estreio como protagonista, concorrendo ao Troféu Redentor de melhor atriz”, celebra Tati Villela após dar vida à advogada Conceição, no filme “Mundo Novo”.
O Troféu Redentor é premiação consagrada de cinema no Rio de Janeiro, escolhendo os melhores destaque do ano.
Tati Villela
Tati Villela (@tativillelaa) tem uma carreira consolidada no teatro. A niteroiense, de 35 anos, por meio desse reconhecimento, colhe os frutos de sua entrega a essa personagem. “Ter um filme exibido no Festival do Rio, um dos festivais de cinema mais importantes e visados do Brasil, me deixa muito feliz pois é saber que o meu trabalho está chegando em outros lugares e alcançando diferentes pessoas”, ressaltou.
Com uma economia reservada, Cons, como é carinhosamente conhecida, é uma advogada com uma carreira promissora. Já Presto, mais jovem que ela, é um artista cheio de sonhos. Durante o período de isolamento social, eles se aproximam mais intimamente e Presto decide morar com Cons em sua casa, localizada no Leblon. “A minha personagem é a Conceição, uma mulher que tenta enxergar no Presto o homem para dividir a vida, para casar, morar no mesmo lar e constituir uma família”, conta a atriz.
De acordo com Tati Villela, apesar de seu relacionamento, ela se sente insegura em relação ao seu amor por ele e se realmente o ama por inteiro. “Eles estão juntos, mas ao mesmo tempo separados. Cons sabe que é bem sucedida e que em pouco tempo, com a estabilidade de sua vida profissional, poderia comprar o mesmo apartamento, que é do seu sogro milionário, sem precisar do seu cunhado como fiador do seu apartamento no Leblon como deseja Presto”, disse.
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Rompendo barreiras numa sociedade que marginaliza a imagem da mulher negra, a vida de Tati se confunde com a de sua personagem no que tange a força negra feminina em meio ao racismo estrutural. “É importante representarmos mulheres negras bem sucedidas no audiovisual. Precisamos nos acostumar com essa realidade. O mercado está cheio de atores negros ávidos para trabalhar e querendo oportunidades para poder representar personagens múltiplos, contribuindo para a formação de novos imaginários, novas narrativas, trazendo para o centro da cena outras perspectivas e subjetividades”, pontua.
E completa dizendo: “É uma grande honra estar na competitiva ao lado de outras atrizes e fazedores de arte que eu tanto admiro como Lázaro Ramos, Taís Araújo, Ailton Graça, Joelzito Araújo, entre outros. Estou muito feliz em mostrar o meu trabalho nesse festival e comemorar a volta presencial aos cinemas”.