Quem nunca quis se ver em um herói? Quem nunca quis acreditar que tinha um super poder? Foi exatamente isso que Chadwick deu para população negra, um herói real e fiel até o fim
Se procuramos no dicionário a palavra atuar, ela significa “desempenhar um papel, representar”. Só se sabe o valor dessa representação quem cresceu com a falta dela: quem sonhou em se ver, em acreditar que era um super-herói com poderes especiais, mas que foi barrado porque, nas telonas, ninguém se parecida com você. É difícil explicar representatividade para quem teve. Quando penso no peso da representação, penso em Chadwick Boseman.
A carreira de Chadwick Boseman em imagens
Quando foi anunciado que a história de T’Challa seria adaptada para uma produção cinematográfica, houve uma comoção de jovens, crianças, adultos, da comunidade nerd/geek e de pessoas que nem sequer tinham contato com esse universo, mas reconheciam a importância de um herói negro.
Pantera Negra e Chadwick se fundiram: não é uma relação de ator e personagem, é um vínculo entre a história de um povo, entre o recomeço, entre as infinitas possibilidades existentes para sonhar e conquistar. O sentimento que as crianças pretas tiveram ao se verem na telona, que puderam acreditar que são heróis e que são mais que as cicatrizes é algo imensurável.
A dor da perda se mistura com a gratidão por ter tido um herói real, de carne, osso e pele negra para se inspirar. O Rei de Wakanda está presente, em cada criança que se divertiu com o filme, em cada jovem que se emocionou, em cada adulto que se deixou levar pelo sonho de poder se ver. Boseman lutou dentro e fora do cinema. Com garra, travou uma guerra contra um câncer avançado, mas continuou com o seu trabalho e não decepcionou, não se deu por vencido e não será esquecido. Como diria Emicida “Com a garra, razão e frieza, mano se a barra é pesada, a certeza é voltar, tipo Pantera Negra.”