Está no ar o segundo episódio da série Cultura de Periferia em Tempos de Pandemia com a grafiteira Nenê Surreal.
A série Cultura de Periferia em Tempos de Pandemia continua trazendo histórias inspiradoras. Produzida pela Ponte em parceria com a Todos Negros do Mundo, o segundo episódio já está no ar, com a história de Nenê Surreal.
Uma mulher preta e periférica. Mas sua jornada não se limita, é também mãe, avó, lésbica, grafiteira, artista plástica, educadora social e artesã. Com tantas vivências a conversa foi enriquecedora. Na sua apresentação citou texto O Levante: “meus relatos são transmitidos através dos muros. Com os sprays, traço a minha revolução”. É então que percebemos o que a arte representa. É a continuação e o legado de uma vida.
Nenê Surreal é sinônimo de aprendizado. Aos 54 anos, a artista continua contrariando as estatísticas e trazendo cultura, mesmo em tempos caóticos. Nesse processo da pandemia eu fui buscando [trabalhar], mas senti um apagamento gigante porque não estou na rua e a minha arte se faz muito mais quando estou presente do que virtualmente”, conta.
Além das pinturas, a artista se dedica à própria grife NeneSurreal Plus Size. Estampando roupas com o grafite, organizou a Ocupação das Minas na Casa de Hip Hop de Diadema.
Cultura de Periferia em Tempos de Pandemia
Sempre Surreal
Vivendo em Diadema, São Paulo, Nenê se apaixonou pela cultura do hip hop, mas antes disso já conviva com a arte. Já que era aprendiz da avó, que foi uma grande artesã. Entretanto, a vontade de viver da arte ficou em espera. “A cada vez que dava um passo pensando em sobreviver da arte, eu era empurrada para outros lugares que são os trabalhos comuns para nós”.
Nenê foi mãe ainda jovem, perdeu o marido e criou a filha trabalhando na área da saúde, mas sem abandonar a sua paixão. Sendo assim, grafitava nas horas vagas e foi conquistando seu espaço. “O movimento cultura hip hop me salvou”, ressalta.
Em sua arte carrega a ancestralidade e resistência. Pintando sobre a realidade a artista já ganhou prêmios internacionais.
Cada episódio conta uma história de resistência e emoção. Acompanhe essa série no canal do YouTube da Ponte Jornalismo.