Há 55 anos, em 25 de Maio, 32 chefes de estado se reunião na Etiópia para libertar o continente africano do domínio europeu. Nesta data, os africanos criaram a Organização de Unidade Africana (OUA), que marcou a luta pelo fim do colonialismo sobre países que sofriam duramente as penas de quem lhes tirava tudo, até o sorriso. Naquele momento, existia esperança de que com a independência os países africanos recuperassem o que perderam para que sua população tivesse uma vida digna.
Infelizmente, os reflexos do período de colonização fazem parte da África até hoje. A liberdade política e econômica que almejavam não foi alcançada integralmente devido aos resquícios de riquezas retiradas, vidas ceifadas e até mesmo famílias separadas, já que o processo de colonização se deu inclusive em períodos escravocratas. Dentre as consequências daquele período, estão a pobreza, a fome, ditaduras e guerras civis que algumas nações ainda enfrentam.
Por isso, o Dia da África é o momento de reconhecer as potencialidades que não só habitavam mas permanecem habitando o terceiro maior continente, de onde tudo provavelmente surgiu. É dia de desculpar-se à Mãe África pelos filhos que lhe foram tirados, pelo ouro que lhe foi roubado e pelas dificuldades que ainda enfrentam. É dia de lembrar que, com muita resistência, o povo negro em diáspora se reúne para saudá-la pela força de seu solo e pela grandeza de seu céu.
Que as águas do Oceano Atlântico ao leste e do Índico ao Oeste tragam em sua correnteza ainda mais resistência. Que o Mar Mediterrâneo, que separa África da Europa, permita que só pisem em solo africano aqueles que não quiserem tirar mais nada dele, apenas o sorriso das crianças felizes que dançam ao pôr do sol. Que o Mar Vermelho que oseja vermelho de amor e não de sangue. Que não falte força a quem precisa enfrentar ditaduras e guerras civis. E que nos lembremos, sempre, de que nada seríamos sem a África.