O Brasil realmente não é para amadores.
Nesta terça-feira (04), a CNN Brasil anunciou no Twitter dois novos âncoras. Um deles, pasmem, é William Waack, ex apresentador do “Jornal da Globo”, demitido após expressar seu racismo num vídeo de grande repercussão.
Para quem não lembra, em 2016, numa conversa antes de uma participação ao vivo, Waack disparou, em frente à Casa Branca, nos Estados Unidos, enquanto alguém buzinava, que a ação era “coisa de preto”.
Sem saber que estava sendo gravado, algum tempo depois, o vídeo do jornalista vazou, surpreendendo a população negra, os telespectadores da Globo e artistas como Lázaro Ramos, que escreveu sobre o que seria coisa de preto, enaltecendo a história negra.
Com a repercussão do caso, perícias defenderam que o jornalista havia dito “é coisa de Cleyton”, numa tentativa falha de mascarar os discursos racistas de Waack. No entanto, outras investigações concluíram que, apesar do ruído, o jornalista havia mesmo falado que a ação era “coisa de preto”.
Diante do acontecido, a Globo afirmou ser visceralmente contra o racismo em todas as suas formas e manifestações, afastando o jornalista de sua função, conforme esperado.
Agora, no entanto, a CNN Brasil traz de volta às telas um profissional que revelou seu comportamento e discurso racista sem saber que estava sendo filmado, demonstrando ser, além de desprezível indivíduo, péssimo jornalista.
Depois do acontecido, fizemos questão de lembrar o que é, de fato, coisa de preto. É resistir, é lutar, é sobreviver, é superar, é representar. Mas agora, no dia de hoje, parece as definições de coisa de branco foram atualizadas.
Coisa de branco, CNN Brasil, é contratar racista.
Olá! Nossos dois primeiros âncoras já estão contratados! Bem-vindos, Evaristo Costa e William Waack! #cnnbrasil pic.twitter.com/BIdeEq1mk0
— CNN Brasil (@CNNBrasil) June 4, 2019
