Uma mulher forte e determinada, que fez do esporte a sua vida e agora incentiva a saúde e encara o empreendedorismo sem medo.
Depois de 18 anos se dedicando ao esporte de alto rendimento, a atleta Luana Machado, de 38 anos, inaugurou seu próprio espaço focado em suas grandes paixões: o esporte e a saúde. Luana é mãe, ex-atleta da Seleção de Atletismo, educadora especializada em Fisiologia, Biomecânica e, agora, empreendedora. Ao lado de seu marido, também atleta, Fábio Gomes, ela abriu o Studio Olimpic Shape, uma academia com treinos personalizados e que traz um pouco do esporte de alto rendimento para o dia a dia, localizado no bairro Casa Verde Alta, na Zona Norte de São Paulo.
Luana escolheu o local em que nasceu e foi criada para abrir a sua academia como uma forma de manter as raízes e conquistar um novo público. “A gente trouxe para o mercado, principalmente para periferia, um projeto que não tem muito perfil de periferia. Você encontrava mais espaços como esse muito na Zona Sul. Aqui na Casa Verde Alta está sendo novo, as pessoas estão conhecendo esse modelo, que foge um pouco de academia tradicional. Aqui os trabalhos são mais personalizados e ele tem foco direto no objetivo do cliente”, afirma a empreendedora.
A ideia de ter um espaço só seu a acompanha desde sempre. Com 31 anos, Luana decidiu se aposentar, logo quando descobriu que estava grávida do seu primeiro filho, Joaquim, que hoje tem 6 anos (ela também é mãe de Luna, de 4 anos). Seu marido continuou no atletismo, que até então era o sustento da família, mas com o passar do tempo resolveu que era o momento de parar. Os dois oficializaram a relação em 2013, mas são parceiros de vida há muito tempo e foram unidos pela paixão que sentem pelo esporte. “Eu e o Fabio nos casamos em 2013, mas nós somos parceiros desde os 18 anos de idade, a gente se conheceu na pista de atletismo.”
Realizada com a sua conquista, Luana afirma que não foi fácil chegar até aqui e que pretende transformar o estúdio em um lugar inspirador. “Posso dizer que 98% das pessoas que trabalham no espaço são pretas. Eu quero também que esse espaço seja um lugar onde as pessoas entendam e valorizem o profissional negro e que também olhem e entendam que é um espaço construído por uma mulher preta. Acredito que é um espaço de resistência.”
O sonho de Luana foi abalado pelo racismo e pelo preconceito, mas isso não a colocou para baixo. “Senti na pele a dificuldade de poder ir atrás de um financiamento, sendo uma mulher preta. O esporte de alto rendimento pode me trazer muita garra, muita resiliência pra ir passando por essas resistências da sociedade.”
As conquistas não param por aí: Luana e Fábio também coordenam o Projeto Catapulta Atletismo, que teve início na Fundação Casa e que agora leva a modalidade esportiva para dentro das escolas públicas. O trabalho deles é transformar o esporte em instrumento de inclusão e mostrar que tudo pode se transformar em oportunidades.