ReVOAda é um projeto de capacitação artística que prova o quanto o Brasil está errado ao concentrar os holofotes na cena Rio – São Paulo. Depois que Ludmilla cancelou sua participação no Prêmio Multishow pela falta de representatividade de pessoas negras – e por ela mesma ter sido convidada a se apresentar na premiação, mas não ter sido indicada aos prêmios em si depois de lançar um álbum super elogiado e inovador para sua carreira -, foi a vez de Gaby Amarantos se manifestar pela vergonha causada pela invisibilidade ao artistas do Norte do país.
Gaby falou que os artistas da Amazônia e da região Norte não existem para as premiações brasileiras. Inclusive enfatizou que essa não é uma exclusividade do prêmio Multishow. Arrisco dizer que também não é exclusividade dos artistas dessa região.
Se pensarmos em Minas Gerais, por exemplo, quantos artistas do estado você consegue citar? Sem pensar muito, só me vem o Djonga na cabeça. E ele mesmo – e também outros artistas que já tiveram oportunidade de falar sobre no podcast Podpah, por exemplo – fala sobre a força do rap na cidade de Belo Horizonte. Você sabia?
Foi pensando em fomentar a capacitação artística que Amorina, Maíra Baldaia e Débora Costa, três artistas negras, LGBTQIA+, com trajetórias consolidadas e atuantes na cena cultural e política da cidade, organizaram o projeto ReVOAda que deu tão certo que se tornou um espetáculo, que você pode conferir de maneira virtual a partir de 30 de dezembro no canal do YT.
Milton Nascimento: Uma carreira brilhante
Projeto ReVOAda
Amorina, artista que é uma das idealizadoras do projeto, conta que a idéia tem muito a ver com sua própria trajetória artística, que foi iniciada ao participar do grupo Rosa dos Ventos e do espetáculo Artes das Vertentes de Titane e João das Neves, trabalho que impulsionou as carreiras de diversos artistas da cidade. “O objetivo com o ReVOAda era fazer o mesmo com uma nova geração de artistas, proporcionar a essas pessoas a mesma oportunidade de aprendizado que tivemos”, conta Amorina, que além de cantora também se tornou produtora.
Além de amorina também estão à frente outras duas mulheres artistas que tiveram suas vidas transformadas ao participarem de projeto estruturantes e formativos: Maíra Baldaia, que se formou pelos projetos Meninos de Minas (Itabíra) e Tambor Mineiro, de Maurício Tizumba; e Débora Costa, que iniciou sua caminhada no Tambolelê.
“No processo selecionamos 20 artistas inicialmente e ficaram 12, trouxemos pessoas que nunca tiveram acesso a essas construções, assim como cada uma de nós quando nos aproximamos da arte através de projetos coletivos”, explica Amorina. Pensado inicialmente como um trabalho a ser apresentado de forma presencial o ReVOADA se transformou num um grande espetáculo audiovisual, segundo as próprias organizadoras, apresentando potências múltiplas de artistas diversos.
SERVIÇO:
Espetáculo ReVOAda
Quando: 30 de dezembro
Onde: Canal do Youtube https://bit.ly/3yGLfbe
Acesso gratuito