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terça-feira, 03 outubro 2023
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Quem foram os pioneiros no teatro negro brasileiro?

Conheça um pouco dos nomes que marcaram a legitimação dos negros dentro das artes cênicas

O teatro ganhou prestígio ao longo dos anos e se consolidou como forma mais culta de arte. Os espetáculos chegaram no Brasil junto com os portugueses e por meio dos jesuítas que encontraram nas apresentações uma forma de prender a atenção dos indígenas e criar o chamado Teatro de Catequese. Sendo assim a nossa história com a arte já começa com a colonização forçada e o apagamento da cultura local.

Por muito tempo o teatro foi dominado pelas classes mais altas e, consequentemente, por brancos. A história era contada por um lado da sociedade que tinha o privilégio de se ver dentro da arte, enquanto negros apenas entravam em um teatro para fazer os serviços de limpeza. Um dos primeiros contatos da população negra com o teatro foi com a iniciativa do ativista Abdias Nascimento, que recrutou domésticas, analfabetos, operários e desempregados, todos negros, para estudar teatro e montar peças. Assim, em 1944 ele criou o Teatro Experimental do Negro, que pode ser considerado o maior laboratório de diversidade dentro das artes cênicas.

Abdias mudou a realidade de uma geração de negros. Alfabetizou, conscientizou e devolveu parte da autoestima que tinha sido roubada. O Teatro Negro formou artistas de alto padrão como Ruth de Souza e Milton Gonçalves, além de incentivar outros projetos para inserir os negros no mundo cênico. Ubirajara e Alzira Fidalgo deram continuidade a esse trabalho ao fundar o Teatro Profissional do Negro (TEPRON), no início da década de 1970. Buscando uma democracia racial em plena ditadura militar, Ubirajara focava na capacitação dos negros, principalmente na escrita técnica.

Um dos pontos principais do TEPRON era a autonomia da produção negra, mas o que ainda vemos hoje são criadores pretos (as) sofrerem para ter o mínimo de reconhecimento no mercado de trabalho. Ubirajara Fidalgo morreu em 1986, aos 37 anos, mesmo com uma vida interrompida muito cedo, foi capaz de deixar sua marca na história, dando espaço e capacitação ao oprimido. Abdias, Ubirajara e Alzira tinham o mesmo desejo, o de restaurar a autoestima do povo preto, de dar espaço e de mostrar que a arte tem que ser ocupada por todos.

Fonte: Secretaria da Educação

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