Neste final de semana, o vídeo de uma festa promovida pela Unimed, operadora de planos de saúde, viralizou nas redes sociais. Na filmagem, convidados do evento apreciavam uma favela cenográfica.
Pode ler novamente, se necessário. A Unimed, que deveria assegurar a saúde da população que a contrata para isso na prática e, por ética, respeitar a saúde daquelas que não a contratam, fez o contrário.
Passou por cima de ética, respeito, senso e criou um cenário que imitava uma favela para entreter seus convidados. Da pia cheia de louça ao homem negro servindo churrasco na laje. Ao fundo da representação, um espaço luxuoso.
Até quando a pobreza servirá de entretenimento às classes dominantes? Quando o deboche com as favelas, periferias e grupos marginalizados vai acabar? Em que momento instituições como a Unimed tomarão vergonha na cara?
E não dá pra tratar com decoro uma situação como essa. Marginalização não é brincadeira e não deve ser tratada como chacota. Pela última vez, não tornem a pobreza do outro em sua diversão.
Parte da população das favelas paga com muita dificuldade o plano de vocês, Unimed. Outra parte não tem condições mas tem necessidades e pagaria se pudesse. Respeitem a saúde de quem contrata e de quem não contrata vocês.
Assistir a este vídeo numa época como essa, em que populações vulneráveis e marginalizadas são chicoteadas, amarradas em postes, atingidas por balas perdidas, dentre tantas outras violências, nos adoece ainda mais.