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terça-feira, 03 outubro 2023
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Será que a saga do Monark acaba aqui? Afinal, como diria Emicida, “A dor dos judeus choca, a nossa gera piada”

Não é de hoje que o Monark se mostra racista, preconceituoso e sem escrúpulos, mas aparentemente agora as consequências serão sentidas

O que é necessário para cruzar o limite da impunidade? Nos últimos dias, o nome do Monark e do podcast Flow estão em alta, principalmente no Twitter. Mais uma vez os holofotes estão voltados para as falas de atrocidades do apresentador, que se diz um apoiador da liberdade de expressão, mas que não lida com o resultado das próprias atitudes.

Atacar minorias em um país como o Brasil é uma tarefa fácil e lucrativa, Monark percebeu isso, continuou sendo racista sem pudor algum, até porque sua audiência não caiu, seus patrocínios seguiram praticamente intactos – inclusive novos patrocínios chegaram – e isso deu mais poder a um idiota. Na mais recente “polêmica”, o podcaster defendeu a criação de um partido nazista (!!!) e, em uma tacada só, ofendeu as vítimas do Holocausto, os seus descendentes e toda a história dos judeus.

O caso se tornou sério e resultou no desligamento de Monark dos estúdios Flow, mas a verdade é que as “opiniões” do jovem rapaz eram uma tragédia anunciada.

“O público não está acostumado a amar em reality shows pessoas pretas” afirma o ex-BBB21 João Luiz Pedrosa

Monark e o privilégio de viver em um país racista

A ideia de dar espaços para todos os lados da conversa geralmente beneficia uma única classe: os brancos com pensamentos conservadores. Em um mundo desigual, que mata a diversidade por esporte, ser isento é apenas concordar com o sistema e ser cúmplice. O alerta já tinha sido feito há tempos, inclusive no final de outubro de 2021, o youtuber usou sua conta no Twitter para perguntar se “ter uma opinião racista é crime?” É claro que alguém como ele sabe a resposta, mas não se importa.

Por conta da pressão digital, na época, o programa chegou a perder o patrocínio de empresas como o Ifood e a Trybe, porém com essa nova declaração contra os judeus, outras marcas contaram publicamente que também tinham cortado os vínculos com o podcast Flow.

Além da Puma, outras marcas como a Mondelez Brasil, a Finclass, Flash Benefícios e a Insider Store prestaram as notas repudiando o discurso.

A atitude demonstra o mínimo que deve ser feito, mas também ressalta uma questão que há tempos estamos levantando: “por que só se pronunciar após a última polêmica? Ser racista contra negros não é suficiente para causar consequências?” Já dizia Emicida com a música Bang: A dor dos judeus choca, a nossa gera piada.

Falando sobre o rapper Emicida, ele também se pronunciou em suas redes sociais mostrando a indignação com todos que colaboraram, com audiência, como convidado e discípulo das mesmas ideias.

Não adianta questionar como o Flow e o Monark conquistaram fãs se políticos, artistas e grandes nomes das redes sociais continuaram indo ao programa! O debate saudável por meio do diálogo só existe com aqueles que estão dispostos. É impossível conversar com quem deseja o ataque, com quem desdenha da luta e se acha defensor da liberdade.

O conceito de libertação defendido por essas pessoas fere, mata e agride toda a existência de alguns grupos, isso é dominação.

Indignação nas redes sociais

Não foram só personalidades como Emicida que usaram seus perfis para repudiar o caso, inclusive a deputada Tabata Amaral também foi cobrada, por ser alguém que se diz defensora das causas sociais, mas compactuar com a participação em um programa que fere direitos há tanto tempo.

Mesmo com grande choque sobre as declarações de Monark, é possível perceber que esse tipo de atitude dele era prevista.

Além disso, alguns convidados estão pedindo a retirada dos episódios que foram ao ar. Provavelmente a atitude vai ser sentida no bolso de todos os envolvidos com o estúdio.

A Embaixada da Alemanha do Brasil registrou sua nota de repúdio, esclarecendo que uma situação como o nazismo nunca deve ser banalizada.

“NÃO.

Defender o nazismo não é liberdade de expressão.

Quem defende o nazismo desrespeita a memória das vítimas e dos sobreviventes desse regime e ignora os horrores causado por ele.”

Trecho retirado do Twitter Oficial.

Criminalizar o nazismo foi uma das decisões mais sensatas que um país poderia tomar, inclusive foi exatamente o que faltou para o Brasil, levar a sério o racismo, a perseguição religiosa, a ditadura militar e o preconceito com todas as minorias. Observar medidas serem tomadas contra um programa como o Flow e um apresentador como o Monark é satisfatório, porém o ideal é o mesmo nível de comoção em relação a pessoas pretas.

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