O visual exuberante é inegável e inicio esse post confessando que sou fã assumida das estampas animal print, em especial as de onça, e o glamour não é da boca pra fora, tem explicação histórica pra justificar o “ar” de nobreza exaltado por Queen B, em Black is King.
Na civilização antiga, vestir se da pele de animal era símbolo de status e poder, usada exclusivamente pela realeza como reis, rainhas, nobres e figuras religiosas sendo proibido o uso por plebeus. A pele de animal portanto era fator determinante de identificação visual entre nobres e plebeus.
As estampas de animais, assim como suas peles, começaram a ser produto fashion no século 18, por remeterem ao deslumbrante universo da África virando sinônimo de luxo.
No cinema o filme Tarzan, dos anos 30, foi um marco inicial a promover as estampas de inspiração africana, o que levou na década de 40 o estilista Christian Dior a usar a estampa de onça, e não a pele, em um vestido para sua coleção primavera-verão, que chamou de África.
Nos anos 80, em que o exagero era a palavra de ordem, o animal print foi usado e abusado em cores que variavam de pink ao verde limão. Não podemos negar, que a estampa é um clássico atemporal que vai ao extremo do over (quase cafona) ao chique.
Nos anos 2000 a estampa animal print ganhou as passarelas de vez, popularizando não só a estampa de onça como as de zebra, cobra e vaca.
No lançamento do álbum visual da cantora Beyoncé, Black is King, a rainha soltou todas as feras em looks impecáveis criados por renomados estilistas de vários países, num mix de estampa animal print, que enlouqueceu os fashionistas mais apaixonados pela estampa da nobreza. E, entre nomes badalados como Riccardo Tisci da Burberry, Olivier Rousteing da Balmain e Pierpaolo Piccioli da Valentino, Beyoncé deu espaço ao trabalho de artistas africanos como Lafalaise Dion, artista marfinense que faz os acessórios com conchas.
E o Brasil fez parte do babado com a estilista Loza Maleombho, brazuca que mudou se para os Estados Unidos onde se formou, e atualmente mora na Costa do Marfim criando a marca que leva o nome dela.
Valentino produziu Beyoncé num visual de lantejoulas com estampa de leopardo usado nas fotos promocionais do Black Is King e que foi a imagem destaque do post aqui em TNM. Os óculos de sol usados na sequência das cenas são da Valentino Haute Couture.
Soltando as feras, Beyoncé surpreendeu em quase todas as tomadas de cenas com a riqueza do figurino como na sequência em que surge num vestido de alta costura branco com estampa de chita destacando seus bailarinos com alfaiataria com estampa de zebra.
Ricardo Tisci diretor de criação da Burberry, dedicou a Bey o traje personalizado e irreverente com estampa de vaca.
Analisando o conjunto da obra, é fácil concluir que nenhum outro artista poderia valorizar ainda mais cada peça de um figurino como Beyoncé faz, o que eleva a grau “hard” a paixão dos plebeus por tudo que a diva veste.