‘Enquanto os Gigantes Dançam’ traz 24 contos curtos, que flertam com outros gêneros, como a crônica, o ensaio e o perfil. As narrativas ostentam um estilo elegante e elevado, mas aderem ao ponto de vista de personagens marginalizados, que sofrem com o racismo, a violência e a hipocrisia das elites.
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Contos apocalípticos antecipam clima de crise humanitária que a pandemia evidenciou e sobrevivem como um retrato crítico da calamidade instalada. Capa, projeto gráfico e ilustrações de Sílvia Nastari. Orelha de Bruno Zeni e texto de quarta capa de Daniela Kopsch.
Um menino negro chora num canto do pátio, um “homem sujo” é atacado por uma horda de gente de bem em um “bairro limpo”, gigantes pisoteiam seres minúsculos enquanto dançam despreocupados, mulheres negras celebram e cuidam, lutam e inspiram.
A escrita inteligente e cortante de Paulo Vicente Cruz evidencia os temas urgentes de um certo país: racismo, violência, hipocrisia das elites e papéis sociais subestimados. Nos 24 contos breves do autor tudo é narrado em um estilo elevado e elegante: o contraste entre a lapidação da voz narrativa e a contundência dos temas revela um estilo incomum, uma grande novidade na literatura brasileira contemporânea.
Alguns textos assumem um tom apocalíptico. Escritos antes da eclosão da pandemia global, prenunciam e expandem a situação de desigualdade e calamidade instalada. Enquanto os gigantes dançam é o livro de estreia do jornalista e escritor carioca Paulo Vicente Cruz, atualmente trabalhando na Anistia Internacional.
Paulo Vicente Cruz nasceu no Rio de Janeiro. Formou-se em Jornalismo na Universidade Federal Fluminense. Desde o início de sua vida profissional, dedicou-se a atividades relacionadas à intersecção entre a comunicação, a educação e o terceiro setor. Alguns de seus contos foram publicados em revistas literárias digitais. Participou da edição de 40 anos da publicação Cadernos Negros.