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terça-feira, 03 outubro 2023
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Diário de Viagem: Ainda no RJ nossa bailarina faz sua nona parada na experimentação de danças afros pelo Brasil

A última parada no Rio de Janeiro aconteceu algumas poucas horas antes de eu ir embora da cidade. Mesmo com tempo apertado, fui, eu e minha mala, à aula de Eliete Miranda. Melhor decisão!

Iniciamos sentados, rodeados por livros sobre cultura negra e o encontro seguiu, dividido em 3 momentos.

TNM 9 - FOTO 1 - crédito Macário Silva
Foto: Macário Silva

A primeira parte foi uma discussão sobre trechos de alguns dos livros, como “Dança Afro: sincretismo de movimento” da coreógrafa e dançarina, Nadir Nóbrega. Também sobre empoderamento, apropriação cultural, tombamento e lacração. Se fosse resumir o que mais ficou marcado dessa conversa, diria: além de sair na rua se assumindo negro ou gritando seu amor pela cultura afro, se precisa sair apropriado dos significados sociais que essas ações carregam.



A segunda parte foi uma produção individual, em que escrevemos sobre motivos de se dançar afro.  Material que Eliete levaria para casa, leria e devolveria na semana seguinte. Deixei apenas uma foto, porque quis trazer o texto comigo. Segue um trecho dele (com adaptações, afinal coloquei no papel tudo que estava na cabeça, sem filtro ou pontuações).

Porque dançar afro?

Minha relação com dança afro nasceu no carnaval de Porto Alegre (como contei AQUIe me modificou psicologicamente. Entendi que os movimentos dessa dança traziam uma energia interna. Uma força que me faz assumir quem sou, me perceber e perceber o mundo que me rodeia.

O terceiro momento partiu de uma caminhada pela sala, se desenrolando para a dança que surge a partir desse andar. Continuou com tecidos, amarrações e a nossa descrição da sensação de utilizá-los. Uma aula conduzida para que o grupo se expresse.

Maravilhosa!

Em mais um encontro, ficou evidente, a partir da discussão, o quanto precisa ser densa uma aula de dança afro; já que carrega política, cultura, história – resgate de uma ancestralidade – e arte de forma tão intensa.

A professora Eliete é atriz baiana e bailarina formada pela UFBA. Através de seus trabalhos expõe seu entendimento de que a dança é um meio educativo e interdisciplinar, que produz aprendizados sensoriais através da linguagem corporal.

TNM 9 - FOTO 2 - crédito Macário Silva
Foto: Macário Silva

Por esse entendimento, desenvolve o projeto “A arte de Dançar Afro” desde 2005, em que propõe a ampliação de espaços como esse, de debate, sempre sobre aspectos da cultura afro. Com ele, tem a intenção de suprir a demanda por conhecimentos de memórias e registros sobre a cultura africana e afro-brasileira e capacitar cada um a gerar, criativamente e de forma autônoma, seus próprios conhecimentos.

Serviço:

As aulas ocorrem aos sábados, das 10h às 13h.

No espaço Companheiro das Artes. Rua Joaquim Silva, 53/10º andar – Rio de Janeiro/RJ.

Para saber mais sobre o trabalho de Eliete Miranda, curta e conheça o Facebook da “Arte de Dançar Afro – Eliete Miranda”.

 

Perfil Camila CamargoCamila Camargo é negra e bailarina, aspirante a produtora cultural e a percussionista. É formada em Publicidade e Propaganda pela ESPM-Sul e especializada em Design Estratégico pela UNISINOS em Porto Alegre. Está sempre buscando as melhores experiências que o mundo pode proporcionar e os aprendizados que elas trazem. Muito ligada à espiritualidade, tem como intenção de vida criar movimentos de conexão.

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