Latosha Stone não se encaixava nos padrões da sua idade. Ela gostava de andar de skate e, além de usar uma prancha de qualidade duvidosa – o que acabou ocasionando uma queda que machucou o seu braço – ainda tinha que ouvir que o esporte não era para negros ou especialmente para meninas negras.
Ainda assim, Stone persistiu e no ensino médio encontrou sua turma. Ela diz que o skate “te dá tempo para ficar consigo mesmo. Você pode sair e é só você, seu skate e seus pensamentos.” Ela levou a ideia tão a sério que, em 2013, fundou sua própria empresa, a Proper Gnar, a primeira empresa de propriedade negra de skate dos Estados Unidos.
Na época, a empresária ainda trabalhava em uma fábrica. A decisão partiu de sua percepção de que os skates estavam ficando muito parecidos. Stone tinha estudado design e resolveu desenhar estampas de camisetas para financiar seu projeto.
No início da pandemia, ela foi dispensada do trabalho e passou a se dedicar em tempo integral à sua empresa. Ela diz que a pandemia acabou afetando o negócio de forma positiva: “Me sinto estranha por dizer isso porque sei que a pandemia é uma coisa horrível.” Mas, no seu caso, como no meio da pandemia vieram os protestos em decorrência da violência policial contra a população negra, muitas pessoas passaram a se conscientizar e procurar por negócios negros na hora de fazer suas compras.
As coisas já iam bem até que, no feriado conhecido nos Estados Unidos como Juneteenth, ninguém menos que Beyoncé inclui a Proper Gnar em sua lista de negócios negros, disponível em seu site. Stone disse ter sido uma benção e que os pedidos da marca subiram significativamente.
Graças ao seu recente sucesso, Stone conseguiu também se conectar com uma rede de mulheres negras no mundo do skate e está patrocinando informalmente 6 skatistas femininas e sua marca apareceu na nova série da HBO, Betty.