Chloé Gomes foi a primeira dançarina negra do Staatsballett, companhia de dança alemã. A dançarina abriu um processo após ter sido vítima de repetidas práticas racistas e ganhou na justiça o valor de 19 mil dólares como indenização pelo o que sofreu após expor a companhia.
Ludmilla perde processo contra racismo de Val Marchiori
Durante uma entrevista ao ‘The Guardian‘, Chloé contou que ser selecionada para fazer parte da companhia foi a realização de um sonho que ela tinha desde a sua infância. A dançarina tem 29 anos e anteriormente já havia treinado em Marselha e na Academia de Balé Bolshoi. Ela também fez parte do balé l’Opéra de Nice.
Em novembro, durante uma entrevista à revista alemã Der Spiegel, ela contou sobre as repetidas vezes na qual foi assediada por conta da sua cor de pele. A sua professora de balé teria a forçado a usar maquiagem branca durante o espetáculo ‘O Lago dos Cisnes’ para “se misturar” com o resto dos dançarinos. Ela contou que a professora deixou claro que não achava que uma dançarina negra poderia se encaixar na companhia.
Além disso, sua professora de balé na época também dizia que seu tom de pele não era ‘esteticamente agradável’. Ela contou que a mesma professora a usou para recriar uma pintura de uma dançarina negra cercada por dançarinas brancas, para que pudesse mostrar às amigas que a empresa “também tem uma dessas”.
Em janeiro, o Staatsballett realizou alguns workshops para todos os funcionários sobre diversidade e discriminação e se comprometeu a criar uma cultura mais inclusiva e socialmente apropriada.
Christiane Theobald, que é diretora da companhia, disse que este foi um alerta para a empresa e que ‘lamento a discriminação que Chloé Lopes Gomes descreveu, que levamos muito a sério e estamos tratando de forma abrangente.’
Completando, a dançarina disse que seus colegas dançarinos muitas vezes se incomodavam com a forma como ela era tratada, mas estavam com medo de dizer qualquer coisa.
Chloé Gomes disse reconhecer que merece o seu lugar na empresa e que a sua posição histórica pode servir de inspiração para outras meninas que sonham o mesmo. Ela explicou que, por ser a primeira dançarina negra da empresa, ela se sentiu “feliz por ter tido a chance de mostrar a outras meninas negras que elas podiam fazer o mesmo”.