Com inscrições abertas no mês de fevereiro para a seleção de artesãs dispostas a participar do programa de três meses voltado ao empoderamento feminino, na Zona Leste da capital, o Mãos Empoderadas recebeu ao todo 150 inscrições de mulheres das quais 40 foram selecionadas. Após os encontros iniciais de mapeamento coletivo das necessidades entre as inscritas e as empreendedoras Veronica Naka e Gabriela Lustosa, também artesãs, conclui-se que a principal necessidade do grupo era atingir o público consumidor com a venda de seus produtos.
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O Mãos Empoderadas inicia as atividades em 02 de maio e vai centrar esforços no fortalecimento dos meios de comercialização dos produtos, desde a elaboração de plano de negócios; precificação de produtos; apresentação e identificação de suas peças; e, vendas on-line, considerando também a importância da sustentabilidade na criação de novos produtos.
“Estamos apostando no fortalecimento da união e na formação de uma rede de apoio entre elas”, diz Roberto Rosa, ator-idealizador do projeto.
Concebido na Estima Cultural, produtora voltada ao desenvolvimento e gestão de programas socioculturais acessíveis e de qualidade, a 1ª edição do “Mãos Empoderadas” será desenvolvida em São Paulo, Casa de Cultura do Itaim Paulista, Zona Leste da capital, com e para mulheres artesãs que pretendem fazer de suas produções fonte de trabalho e de renda. Segundo dados do IBGE, com a ascensão da economia criativa o artesanato brasileiro se fortaleceu e alcançou legitimidade como expressão cultural e identitária de diversos grupos nas duas últimas décadas. No Brasil, o artesanato é responsável por movimentar mais de R$50 bilhões por ano, sendo responsável pela renda de cerca de 10 milhões de pessoas.
A valorização do feito à mão, dos saberes e ofícios particulares e a exploração de seus potenciais criativos por meio do aprendizado proporcionam a recuperação da autoestima, o encorajamento à autonomia de decisões em diversas instâncias.
O Mãos Empoderadas pretende proporcionar às mulheres melhores condições de trabalho e de vida por meio de aperfeiçoamento de suas produções ao mesmo tempo que trabalha coletivamente conceitos como a de união, escuta, empatia e o olhar afetuoso para a outra na conquista do autoconhecimento, da autoestima e independência. O projeto tem alicerce no desenvolvimento de três eixos: técnicas artesanais; identidades visuais, marketing digital, vendas online; e abordagem terapêutica.
“Queremos tratar o empoderamento feminino sob dois importantes aspectos: o sentimento de solidariedade entre as mulheres e a independência financeira a partir da profissionalização de seus ramos de atividade criando uma liberdade pessoal e profissional. Juntos criam território para estabelecer laços profundos e sentimentos de empatia de modo a derrubar a máxima histórica e culturalmente estabelecida sobre a rivalidade inerente às mulheres, ideia que acaba sendo um instrumento de desunião utilizado pelo patriarcado”, diz Roberto Rosa, idealizador do projeto.
Através de encontros e atividades ao longo de três meses, as mulheres inscritas vão aprender por meio de oficinas e espaços de diálogo as etapas para estruturar um negócio desde a criação à colocação nas plataformas de e-commerce. Além disso, a conclusão do Mãos Empoderadas prevê a produção de um documentário, uma exposição fotográfica e a feira das artesãs.