A grande mídia ainda é monopolizada, mas a internet pode ser um caminho para produzir e consumir entretenimento com mais diversidade
A internet trouxe novas formas de entretenimento e mais facilidade para produzir e consumir diversos tipos de conteúdo. Com isso, vemos uma maior diversidade entre os criadores, em que muitos negros e negras estão ganhando espaço para falar de diversos assuntos. A atriz Camilla de Lucas é um bom exemplo: com vídeos do TikTok ela alcançou uma legião de seguidores, tanto no Instagram como no Twitter. Seu conteúdo é leve, descontraído e retrata pequenas situações que todo mundo já vivenciou. O “boom” do seu reconhecimento veio com uma série de vídeos com a temática “saindo de fininho”, com típicos momentos em que somos obrigados a sair à francesa. Além do tom cômico, Camila também aborda vários outros temas, como vídeos de beleza, com dicas de maquiagem e cabelo.
Mês passado o canal IN, antigo canal dos Irmãos Neto e um dos maiores em conteúdo infantojuvenil anunciou a contratação de produtores negros, como uma forma de diversificar a programação. A influenciadora e ativista Gabi Oliveira, do canal De Pretas foi uma das primeiras contratadas para cargo de coordenadora de conteúdo. No canal principal, Felipe Neto também está investindo em artistas negros. Ele criou um quadro no canal, atualizado aos sábados, em que cada semana um youtuber diferente aparece para falar de temas variados. A estreia aconteceu com Pedro Ottoni e alguns outros nomes já foram confirmados, como: Yuri Marçal, Thamirys Borsan, Douglas Carneiro, Rhudson Victor e Preta Araujo.
É sempre importante ressaltar que a população negra também pode fazer arte e entretenimento sem se prender apenas na temática racista. Tanto o Youtube quanto outras plataformas digitais estão cheios de referências de bons conteúdos de pretos e pretas que falam sobre tudo. Nátaly Néri, do canal Afro e Afins, é um ótimo exemplo, pois seu conteúdo é totalmente variado. Ela aborda questões como veganismo, cuidados com a pele, cabelo, estilo de vida, moda sustentável e por aí vai. Quem sabe agora os produtores negros não ganham o espaço e o reconhecimento que merecem, e não se esqueça que é necessário acompanhar e apoiar o trabalho de um produtor preto e preta.