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terça-feira, 03 outubro 2023
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34ª Bienal de São Paulo traz mais artistas negres e indígenas

A 34ª Bienal de São Paulo está completando 70 anos neste evento especial e, acima de tudo, busca mais representatividade

Com o tema “Faz escuro, mas eu canto”, a Bienal de São Paulo completa 70 anos e, em um cenário caótico, apresenta sua 34ª edição.  Ainda assim, o conceito da amostra começou a ser criado entre 2018 e 2019. De acordo com o presidente da Bienal, José Olympo da Veiga Pereira, a ideia era criar uma “Bienal que se estendesse no tempo e espaço.” De uma forma despretensiosa, foi isso o que aconteceu.

Quando o avanço da pandemia se tonou inevitável, toda a programação do evento foi modificada. Mas, para José Olympo, as dificuldades também serviram para abrir os olhos e utilizar outras ferramentas, como, por exemplo, as redes sociais.

“O obstáculo também representou uma oportunidade. Criamos o Bienal Está ON … essa rede tem um caráter simbólico, que uniu instituições, em torno dessa oferta para o público. Estou muito feliz.”

Eduardo Saron, representante do Itaú Cultural, um dos patrocinadores da 34ª Bienal de São Paulo, ressaltou a importância da arte. “Vejam a força que isso significa em tempos de pandemia e retomada. A cultura foi o primeiro setor que parou e será o último que irá voltar, mas precisa voltar. A arte também será diferente e, agora mais que nunca, é necessário ter mais arte e cultura. ”

O tema “Faz escuro, mas eu canto” é uma homenagem à poesia escrita por Thiago Mello. Poeta e amazonense, Thiago escreveu o verso na década de 1970 quando o país passava por instabilidade política e repressão. Ainda assim, anos depois, o trecho se encaixa na realidade. Essa conexão entre passado e presente é um dos focos da Bienal.

Bienal em busca de representatividade

Uýra
Uýra, Elementar (A última floresta – Fogo). Foto: Matheus Belém

Ao todo, são mais de 1.100 obras expostas no Pavilhão. Esta edição conta com representantes de todos os continentes. A 34ª Bienal de São Paulo também está sendo apelidada de “Bienal dos Indígenas”. Isso porque tem 9 participantes de povos originários de diferentes partes do globo. Além disso, com mais representatividade, a lista de artistas negros cresceu.

Alguns destaques são:

Arjan Martins; Belkis Ayón, Deana Lawson; Frida Orupabo; Grace Passô; Jota Mombaça; Kelly Sinnapah Mary; Lee ‘Scratch’ Perry; Lydia Ourahmane; Melvin Moti; Nalini Malani; Musa Michelle Mattiuzzi; Neo Muyanga; Paulo Kapela; Paulo Nazareth; Tony Cokes; Trajal Harrell; Victor Anicet; Ximena Garrido-Lecca; Zina Saro-Wiwa  e Zózimo Bulbul.

Ainda assim, com mais obras pretas, produzidas pelos artistas, a equipe é majoritariamente branca. A ocupação dos espaços é sempre um trabalho feito pouco a pouco.

Um grande nome desta edição é Jota Mombaça, citado acima, que se auto define como: “bicha não binária, nascida e criada no nordeste do Brasil”. Suas obras desafiam e rompem com a branquitude e os padrões.

Dessa forma, é possível entender melhor do processo da artista no vídeo abaixo.

Marielle Presente

Se estamos falando de ocupação de espaços, é preciso citar também a obra “Outdoors”, de Paulo Nazareth. Uma série de nove esculturas com grandes proporções. Elas representam personalidades que se tornaram símbolo da resistência. Exemplos: Aqualtune, Dinalva, João Cândido, José Campos Barreto e Carlos Lamarca, Juruna, Maria Beatriz Nascimento, Marighella, Marielle Franco e Teresa de Benguela.

As esculturas foram produzidas em madeira revestida com chapas de alumínio. Por outro lado, são fixadas à estruturas metálicas sobre bases de concreto. Todas as peças estão em diferentes pontos do Parque Ibirapuera. São medidas variadas, mas podem atingir onze metros de altura.

Abaixo está a imagem de uma dessas esculturas

Vistas para kit de imprensa . Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo

A História do Circo dos Pretos

Curadoria

Reprodução – Logo da 34ª Bienal de São Paulo

Jacopo Crivielli Visconti atuou como curador geral. Paulo Miyada ficou com o cargo de adjunto. Já Carla Zaccagnini, Francesco Stocchi e Ruth Estévez são os curadores convidados.

A 34ª Bienal de São Paulo – Faz escuro mas eu canto, ficará exposta de 4 de setembro a 5 de dezembro de 2021. Nos seguintes dias: terças, quartas, sexta-feiras, domingos e feriados, das 10h às 19h (entrada até 18h30). De quinta-feira e sábado, o horário se estende para às 21h, com entrada até 20h30.

A entrada é gratuita. Entretanto, só acontece mediante a apresentação do comprovante de vacinação contra Covid-19. O documento pode ser impresso ou on-line. Mais informações estão disponíveis no site oficial da Bienal.

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