No último dia 25 (sexta-feira), o Coletivo Lélia Gonzalez veiculou em sua página uma denúncia contra o racismo sofrido por uma mulher negra na rede de supermercados Dia%. Rosana Meneses, mulher negra, havia entrado no estabelecimento localizado na rua Delfino Cintra, em Cotia, e consultado o valor do pacote de filé de merluza. Devido ao preço alto, a consumidora devolveu o produto à geladeira e foi embora.
A 400 metros do Dia%, Rosana foi surpreendida a abordagem do segurança do mercado, que se apresentou como Policial Militar, acusando a consumidora de roubo. Não contente, o homem exigiu ainda averiguar a bolsa da mulher sob a justificativa de que ali havia um pacote de peixe. O produto de R$ 15,99, no entanto, não foi encontrado com os pertences de Rosana que, mesmo assim, foi conduzida novamente ao supermercado, agora sob o argumento de que a filmagem confirmaria o roubo.
O segurança foi advertido sobre sua política e conduta racista, mas alegou ser inclusive casado com uma mulher negra, defendendo a abordagem como atividade suspeita. Surpreendentemente, ao chegar no mercado novamente, após aguardar advogadas que acompanhariam a conversa, a sócio-operadora, um encarregado e uma consultora do Dia% declararam não ter informações sobre nome e identificação do segurança, se eximindo da culpa e atribuindo toda responsabilidade à empresa Águia, terceirizada, responsável – de acordo com os funcionários – por qualquer assunto relacionado à vigilância do espaço.
Ainda de acordo com a postagem, o caso foi registrado no 1º Distrito Policial de Campinas como constrangimento ilegal (art. 146), sequestro e cárcere privado (art. 148), por não considerarem enquadrar o caso como injúria racial. Afinal, o acontecido revela racismo. O coletivo defende e pede ainda o boicote à rede de supermercados Dia%, que já foi responsável por outras manifestações racistas.