O primeiro SLAM do Brasil está de volta. O ZAP! SLAM acontece nos dias 3 e 4 de fevereiro de 2022 – na quinta-feira (3), às 20h, são realizadas as eliminatórias e os seis participantes que passarem disputam a final na sexta (4), também às 20h, valendo três vagas para a final (que acontece no segundo semestre). O evento será online e aberto a quem quiser participar, basta se inscrever até o meio-dia do dia 3 de fevereiro, pelo link, as vagas são limitadas.
O ZAP! SLAM foi criado em 2008 pelo Núcleo Bartolomeu de Depoimentos e as regras para participar são simples: cada participante deve apresentar poemas autorais de até 3 minutos, sem uso de figurino, objeto ou adereço cênico. O júri é formado por cinco pessoas do público.
O campeonato de poesia falada integra a programação comemorativa dos 20 anos do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos. Nos atuais tempos pandêmicos, em que o isolamento social continua se fazendo necessário, os eventos serão feitos de forma virtual, pelas redes do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, Facebook e YouTube.
SLAM
Um slam diz respeito basicamente a duas coisas: poesia e performance. Para se entender o Slam, é preciso primeiro falar em spoken word, que significa “palavra falada”, ou poeticamente “poesia falada”. Slams ou poetry slams são encontros de poesia onde há performances de spoken word geralmente em forma de competição. Criado por Marc Smith, em Chicago, nos anos 1980, o Slam trouxe uma renovação para a poesia oral e valorizou a arte da performance poética, crescendo rapidamente e se propagando por todo o mundo.
Nas últimas décadas, os slams vêm figurando entre as mais inventivas práticas do spoken word no mundo. A ideia desse formato é democratizar a poesia e devolvê-la às pessoas, tendo como ponto de partida um jogo em que torcida, emoção e interação façam parte do encontro.
Brenalta MC se classifica para o SLAM BR
A grande final do ZAP!SLAM está prevista para o segundo semestre deste ano e garante uma vaga para o SLAM SP (campeonato estadual).
“Este projeto foi realizado com apoio do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo – Secretaria Municipal de Cultura”
O Núcleo Bartolomeu de Depoimentos
O Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, formado por Claudia Schapira, Eugênio Lima, Luaa Gabanini e Roberta Estrela D’Alva, nasceu no ano de 2000 e tem como pesquisa de linguagem o diálogo entre a cultura hip-hop, com a contundência da autorrepresentação como discurso artístico, e o teatro épico e seus recursos: o caráter narrativo, apoiado por uma dramaturgia que se configura depoimento do processo histórico; como instrumento que elucida uma concepção do mundo, e coloca o ator-narrador em face de si mesmo como objeto de pesquisa; como homem mutável; em processo, fruto do raciocínio, da reflexão.
Em 2000, estreou Bartolomeu, O Que Será que Nele Deu, o primeiro espetáculo do Núcleo, dirigido por Georgette Fadel e inspirado no romance de Herman Melville “Bartleby, O Escriturário”. Acordei Que Sonhava, uma livre adaptação de “A Vida É Sonho”, de Calderón de la Barca, foi o segundo espetáculo da companhia, estreado em 2002, dirigido por Claudia Schapira.
SLAM SP e Brasil têm versões virtuais
Entre os anos de 2002 e 2003, o Núcleo desenvolveu o projeto Urgência nas Ruas – obras-manifesto, intervenções pelas ruas de São Paulo. Esse projeto foi o primeiro a ser contemplado pela Lei de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo.
Em 2006, estreou Frátria Amada Brasil – Pequeno Compêndio de Lendas Urbanas, espetáculo inspirado na Odisseia de Homero.
Em 2008, o projeto 5 x 4 – Particularidades Coletivas, gerou cinco espetáculos: Encontros Notáveis, 3×3 – Três DJs em busca do vinil perdido, Manifesto de Passagem – 12 Passos em Direção à Luz, Vai te Catar! e Cindi Hip-Hop – Pequena Ópera Rap.
Em 2009, o Núcleo iniciou o projeto Pajelança de Kuarup no Congá, que depois de quase três anos de intensa pesquisa resulta no espetáculo Orfeu Mestiço, uma Hip-Hópera Brasileira.
Em 2013, estreou Antígona Recortada e, em 2014, BadeRna, último espetáculo realizado na sede do grupo, que foi demolida pela Ink Incorporadora e todos seus associados.
Em 2015, no Teatro de Arena Eugênio Kusnet, realizou a Ocupação Arena Urbana – De onde viemos, para onde voltamos, que contou com a temporada de três obras inéditas: Memórias Impressas, Olhos Serrados e 1, 2, 3 – Quando acaba começa tudo outra vez, marcando a incursão do grupo no universo do teatro infantil.
Em maio de 2016, estreou Cassandra – Na calada da voz, uma performance teatral, trazendo à luz a violência infringida através dos tempos ao discurso feminino.
Além dos espetáculos, o Núcleo criou vários projetos, em 2008, ZAP! Zona Autônoma da Palavra, o primeiro poetry slam (campeonato de poesia) brasileiro, que deu origem ao SLAM SP e ao SLAM BR e em 2009, DCC – Dramaturgia Concisa e Contemporânea, um espaço dedicado à criação e debate sobre produção de textos cênicos curtos e inéditos.