Taraji P. Henson falou, recentemente, à revista Essence sobre o perigo por trás do estereótipo comumente associado à força das mulheres negras. Durante o festival ocorrido no último final de semana, a atriz discutiu, em uma conversa, sobre como a vulnerabilidade é que prova a força de mulheres negras, não seu sofrimento.
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Segundo Taraji P. Henson, a ideia originalmente tinha um objetivo empoderador, uma vez que mulheres negras sempre foram negligenciadas e as pessoas menos respeitadas da sociedade. Ela diz que o objetivo era indicar, através dos dizeres “eu sou uma mulher negra forte” que nós também temos poder, mas diz que “com o passar dos anos, nós fomos ignoradas por conta desta mesma declaração”.
Hoje em dia, a vencedora do Globo de Ouro diz: “Isso nos desumaniza. Desumaniza nossa dor. Desmerece nossas lágrimas.” E prossegue fazendo uma conexão entre a desumanização de nossas dores com a força da brutalidade policial em relação aos homens negros de nossas famílias, sob a justificativa de que a força da mulher negra faz com que ela aguente ver a criminalização e os assassinatos de seus entes queridos, afinal, elas têm uma força sobrenatural dentro de si. E diz “isso não é verdade”.
A estrela de Empire diz que também tem questões com outros títulos dessa natureza, como o da campanha #BlackGirlMagic e acrescenta: “Nós não somos fadas. Entende? Não nos recuperamos magicamente de nossas dores. Nós somos machucadas e sofremos como os demais. Eu sempre fui contra esses títulos. Quando descobri o que eles estavam fazendo conosco, como eles estavam nos prejudicando, criando um estigma sobre as mulheres negras ao sugerir que nós somos fortes o suficiente para passar por qualquer coisa.”
Henson conclui o vídeo dizendo: “É por isso que sofremos em prontos-socorros. ‘Nós aguentamos. Nós somos fortes.’ Nossa irmã, Serena Williams, teve uma experiência próxima da morte. Por quê? Porque ela parece ser durona, uma mulher negra forte […]. Temos que tomar cuidado com isso. Muito cuidado. Há um tempo para ser forte […], mas a força vem de nossa vulnerabilidade. E é isso que eu quero que meu povo entenda. A força está em ser vulnerável e honesto consigo mesmo e dizer: ‘Quer saber? Estou assustado’. Ou ‘eu honestamente não sei o que fazer agora’. Ou ‘eu preciso de ajuda’”.
Via: Essence