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terça-feira, 03 outubro 2023
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Profissional de comunicação tenta justificar esponja de aço Krespinha

No momento em que a matéria foi publicada, a Bombril não tinha se pronunciado sobre o produto. Agora tendo um pronunciamento, segue a nota emitida pela empresa:

Sim, estamos em 2020, não em 1950, o que nem assim justificaria, sermos afrontados com campanhas publicitárias cujo conteúdo nos liga a estereótipos que tanto lutamos para serem superados.

Foto publicidade da Bombril de 1952 cujo produto foi relançado em 2020

Para entendimento a polêmica gerada na semana corrente, muitos perfis nas redes sociais estão repugnando e questionando o produto oferecido na plataforma de vendas on line da marca Bombril, e o que chama atenção dentre os produtos ofertados é o relançamento da esponja de aço denominada “Krespinha” sob o slogan ideal para limpezas pesadas. Vale lembrar que esse produto foi lançado em 1952 junto a figura de uma criança preta/negra e relançado em pleno momento de movimentos como #vidaspretasimportam, o que torna ainda mais surreal esse marketing de mau gosto em pleno século 21.

Com a repercussão, sempre surgem os alienados as dificuldades da luta para que mudem os conceitos preconceituosos no Brasil, camuflados por um racismo velado, porém alguns insistem em justificar as manifestações de revolta como “mimimi” na tentativa de minimizar e/ou desqualificar, o quão grave são essas campanhas que contribuem para o retrocesso ao fortalecimento da beleza, cultura e questões as causas urgentes dos pretos/negros. E o que dizer aos nossos filhos quando nos deparamos a publicidade tão retrógrada e infeliz como essa da Bombril?

E não é de hoje, que a marca, uma das maiores empresas do setor de limpeza, utiliza a publicidade desrespeitosa (racista) a população preta/negra,  em 1999, 2000 e 2002 fizeram uso do black face em sua publicidade pintando artista branco de preto ridicularizando assim o povo preto/negro como forma de humor. Em 2012 teve uma campanha suspensa por associar o produto (esponja de aço) ao cabelo da mulher preta/negra, o que nos leva a crer sendo tão absurdo a repetição do erro, o fato de causar polêmica ser o principal marketing da campanha; como: “falem bem, ou falem mal, mas falem de mim”, o que é ainda mais deprimente e repugnante, quando falamos em  fazer uso de racismo como publicidade.

foto publicidade da Bom Bril utilizando Black Face
foto publicidade utilizando black fase
foto publicidade Bombril novamente utilizando o uso da Black Face

A reincidência da questão ligada a marca, faz se necessário e urgente que os responsáveis por tais publicidades sejam responsabilizados, autuados e penalizados por tais ações. Não podemos fechar os olhos a quem dissemina esse tipo de postura.

foto publicidade Bom Bril de campanha suspensa em 2012

Aos consumidores resta o boicote em não consumir a marca até retratação. Cabe a marca retratar-se, e com o intuito apenas em minimizar o estrago feito pelo impacto negativo gerado a imagem da marca, já tão desgastada devido reincidência de episódios semelhantes.

Como consequência as diversas manifestações de repúdio ao relançamento da esponja de aço Krespinha, na rede social Linkedin, a Supervisora de Comunicação da empresa tentou justificar o nome do produto, que tem conotação racista.

“Concordo que no passado eles já fizeram essa associação. Mas se formos avaliar a palavra “crespo”, neste caso, tem seu significado ligado à textura, quer dizer de superfície áspera, não lisa nem plana; rugoso: parede crespa; com uma textura ondulada, que se assemelha a ondas; frisado, ondulado. Será que o racismo, então, não está mais dentro de nós do que puramente no significado das palavras?” disse.

Tat

Crespo sempre foi usado de uma forma pejorativa de falar do cabelo negro e sabemos que o nome Krespinha não foi em vão. Até o momento, a empresa Bombril não se pronunciou sobre o produto.

Fica explicito neste post, que a plataforma TNM repudia qualquer ato que venha a nos agredir, nos ridicularizar, nos discriminar ou fazer uso de nossa imagem com estereótipos racistas e sempre terá o compromisso em denunciar tais atos.

ERRATA: Recebemos a informação de que a profissional de comunicação mencionada na matéria não é funcionária da Bombril, ela faz parte da área de comunicação mas é funcionária de outra empresa. Por conta disso, pedimos desculpas.

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