No último sábado (4), a RedeTV News deu um grande furo: escalou uma dupla de jornalistas negros como âncoras na bancada do telejornal. Luciana Camargo e Rodrigo Cabral viraram notícia: pela primeira vez no Brasil, uma emissora de TV coloca dois jornalistas negros à frente do principal telejornal da casa, conforme citou Luciana no encerramento do jornal.
Rodrigo Cabral, com quase 20 anos de RedeTV!, também agradeceu a emissora pela oportunidade de participar desse marco histórico, lembrando ser uma grande honra e uma grande responsabilidade ocupar esse espaço.
Se o jornalismo já é uma área pouco aberta a negros, o jornalismo televisivo é ainda mais racista por trabalhar com a imagem. Num país estruturalmente racista, interlocutores negros não trariam credibilidade ou teriam competência para conduzir um dos momentos mais tradicionais para a família brasileira: o jornal no fim do dia.
Felizmente, essas estruturas racistas têm sido quebradas pela conscientização de que o Brasil é o país com a segunda maior população negra do mundo e essa parcela precisa ser representada em todos os espaços, inclusive na grande mídia.
Conquistas como essas significam a ocupação progressiva dos espaços pelos quais lutamos historicamente. Somos parte de campanhas publicitárias. Somos parte de telejornais. Somos a maior parte do Brasil.