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terça-feira, 03 outubro 2023
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Podcast Afrocena busca resgatar a história do cinema negro

Um projeto idealizado por quatro integrantes, todos ligados à comunicação e ao audiovisual

Com o intuito de debater e conhecer a cultura negra dentro do cinema, o podcast Afrocena foi idealizado pela baiana Petyta Reis, que é pedagoga, artesã, fotógrafa e realizadora audiovisual. O time conta também com mais três integrantes: a afrocineasta e arte-educadora Alexia Furação, o jornalista Gustavo Pereira e a atriz, roteirista, produtora audiovisual e arte-educadora Nicolle Ferreira. Dentro da produção do podcast, as funções são variadas e rotativas e, devido a pandemia, eles tiveram que se adaptar um pouco: nos episódios com convidados especiais, as gravações são realizadas com cada um em suas casas.

O projeto surgiu a partir das indagações de Petyta. “O Afrocena surgiu das minhas angústias e inquietações por representatividade dentro do audiovisual. Comecei uma pesquisa logo que iniciou a pandemia sobre a representação do corpo preto de forma positiva nas mídias. Me deparei com o livro da Bell Hooks, ‘Olhares negros’, que acabou me dando motivação para seguir pesquisando. Acabei encontrando o curso ‘Cinema e pensamento’ organizado pelo Centro Afro Carioca e foi ali que vi uma forma de me sentir representada.” Percebendo a falta de visibilidade que o cinema negro sofre, ela começou a montar a equipe, que mergulhou de cabeça na ideia.

“Entrei em contato com a Alexia, que já tinha um podcast (Fim da vagabunda), e ela adorou a ideia. Logo depois, entrei em contato com a Nicolle que, assim como eu, está finalizando a graduação em Cinema e audiovisual, e o Gustavo, que está se formando em Jornalismo. Era prioridade ter uma equipe preta para fazer esse projeto, aqui é preto enaltecendo a história de preto”. Os episódios são formados a partir de uma série de pesquisas que trazem visibilidade para nomes do cinema que sofreram o apagamento histórico.

O retorno do público está sendo dos melhores e isso só os deixa mais motivados. Para Alexia, o projeto é uma forma de impactar o futuro do audiovisual. “Fico feliz com o alcance que tivemos até agora, os feedbacks me enchem de alegria e espero que isso contribua para que futuramente, numa mesa de bar ou brainstorm, nossas referências sejam além de Tarantino, Hitchcock, Spielberg…”, completa a afrocineasta. Nicolle se empolga com a possibilidade de poder contar essas histórias. “Saber que alguém escuta, presta atenção e aprende um pouco é a nossa motivação, porque infelizmente não temos isso no meio acadêmico, então acaba sendo uma via de mão dupla, estudamos e conhecemos novos artistas assim como exercemos nosso papel de comunicadores difundindo a mensagem”.

Até o momento já foram produzidos três episódios, trazendo convidados e contando histórias marcantes como a de Zózimo e de Adélia Sampaio, que foi a primeira mulher negra a dirigir um longa-metragem. A ideia central do podcast é mostrar cineastas negros pioneiros e os da atualidade, sem contar que o projeto pode se expandir mais para frente. “Desejamos no futuro fazer um blog onde possamos reunir toda a história dos mais velhos e mais novos.” Relata Petyta.

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