A produtora das séries “Scandal”, “How to Get Aaway With Murder” e “Grey’s Anatomy”, Shonda Rhimes fez um lindo discurso sobre a inclusão na TV, durante o baile da Campanha de Direitos Humanos, onde foi homenageada pela inclusão da comunidade LGBT nos espaços aclamados que, antigamente, não eram ocupados por minorias.
Em resposta às honras recebidas, a mulher negra que entende de representatividade e, desde 2005, insere minorias em suas produções, com muito respeito e sensibilidade, discursou a inserção dos grupos marginalizados na televisão e na mídia em geral. Shonda afirmou ter idealizado um mundo imaginário, ShondaLand – nome de sua produtora -, desde seus 11 anos. E mais:
Eu o criei na minha mente como um lugar para minhas histórias. Um lugar seguro. Um espaço para meus personagens existirem. Um espaço para EU existir […] até encontrar minha gente no mundo real. Eu odeio a palavra “diversidade”. Sugere alguma coisa além. Como se fosse algo especial. Ou raro. Diverso!
Como se tivesse algo incomum sobre contar histórias de mulheres, pessoas de cor e personagens LGBT na televisão. Eu tenho uma palavra diferente: normalizar. Estou normalizando a TV. Estou fazendo a televisão parecer mais com o mundo real. Mulheres, pessoas de cor e LGBT somam mais que 50% da população. Isso significa que eles não são qualquer coisa.
Você deveria ligar a TV e ver a sua tribo. O objetivo é que todo mundo ligue a televisão veja alguém com quem se parece, que ame da mesma forma. Mas o mais importante, todo mundo deveria ligar a TV e ver alguém com quem não se parece ou que ame diferente. Porque assim todo mundo aprenderia com essas pessoas. Por que assim seria possível se reconhecer neles. Então, assim, aprenderíamos a amá-los.
Para terminar, eu quero dizer isso: se você é uma criança e está por aí, gordo, não tão bonito, nerd, tímido, invisível e ferido. Qualquer seja sua raça, seu gênero, sua orientação sexual, eu estou aqui para dizer: você não está sozinho. Sua tribo, ela está por aí no mundo. Esperando por você.
O mundo idealizado por Rhimes aos 11 anos é o mesmo mundo idealizado por cada criança, por cada jovem, por cada adulto, por cada velho segregado, simplesmente porque integra o ‘diverso’. Que todos realmente encontrem sua tribo, mas não apenas isso: que se lembrem também da existência de muitas outras e aprendam a dividir os espaços. Shonda é sempre inspiração!