Os participantes do ‘BBB 17’ já são oficialmente conhecidos pelo público brasileiro. Anunciados recentemente, as sisters e os brothers já têm até torcida. Mas, quando a TV é invadida por pretos e pretas, a representatividade que tanto nos orgulha incomoda muita gente.
Dessa vez, o incomodado é o homem apresentado como Alex Oliveira, que faz um comentário racista na matéria sobre a participante Gabriela Flor, veiculada pela EGO. “Essa moça é bonita mas esse cabelo gigante de espantalho assusta um pouco”, declarou o usuário, que recebeu curtidas por seu posicionamento racista.
Durante discussão com outra usuária, Alex dispensou ainda uma série de ofensas sobre o cabelo da sister, com os dizeres “[…] esse cabelo é de matar, é horrível mesmo”, além de caracterizá-lo como um “matagal”, amparado pela justificativa de que pode falar o que quiser.
Não, não pode falar o que quiser. Injúria racial é crime. A transgressão é associada ao uso de palavras que ofendem a honra de alguém, a partir de depreciações sobre a sua raça ou cor. A depreciação sobre o cabelo, que ainda não se encaixa nos padrões de beleza fundamentados por uma sociedade branca, é também uma depreciação sobre a característica fenotípica que Gabriela carrega pela cor da pele.
Infelizmente não se pode assegurar que o público não dispense sobre as redes, seu racismo ou qualquer outro tipo de preconceito. Mas é possível moderar comentários, além de tomar providências sobre posicionamentos criminosos. Infelizmente, até agora, isso não aconteceu.
No entanto, é bom também que o público racista do BBB saiba que, nessa edição, Gabriela não é a única negra a aparecer na tela da TV sete dias por semana. Dessa vez, tem mais representatividade: tem mais gente para escurecer. E racismo, em nenhum caso, será tolerado.