Na última terça-feira (28), morreu Ahmed Kathrada, veterano da luta contra o apartheid ao lado de Nelson Mandela. Na prisão de Robben Island, os ativistas dividiram não apenas a cela, mas o sentimento de dor enquanto a segregação tomava conta das ruas. Mais tarde, quando Mandela assumiu a presidência da África do Sul, de 1994 a 1999, foi Kathrada, na época deputado, o seu conselheiro.
Hospitalizado desde o início de março, “Tio Kathy” – como era conhecido – sofreu complicações após uma cirurgia, quando teve sua situação agravada por uma pneumonia que o acometeu durante o tratamento, de acordo com a fundação que leva o nome do homem que dedicou sua vida à luta contra as desigualdades e injustiças raciais durante o governo da minoria branca.
Ahmed foi um dos mais importantes líderes do Congresso Nacional Africano e nunca se calou frente às transgressões governamentais que marginalizavam as minorias. Ainda no ano passado, o militante escreveu uma carta solicitando a renúncia de Jacob Zuma, então presidente da África do Sul, sob a acusação de corrupção e má administração.
Kathrada, filho de pais indianos imigrantes, se envolveu na política muito novo, ainda aos 12 anos, representando a Liga dos Jovens Comunistas da África do Sul. O homem passou cerca de 26 anos nas grades, sentenciado à prisão perpétua em 1964, na mesma época em que Mandela. Foi liberado em outubro de 1989, já aos 60 anos. Agora, deixa a África do Sul – por quem tanto lutou – e o mundo. Gratidão pela luta em vida.
