Na última segunda-feira (12), um vídeo foi super compartilhado nas redes sociais. De acordo com o jornal Correio, em menos de 24 horas, a exibição teve mais de 10 milhões de visualizações e mais de 465 mil compartilhamentos. O motivo da repercussão, no entanto, é triste: o segurança de um shopping na Bahia impediu um menino de almoçar um prato oferecido por um jovem na praça de alimentação sob argumento de que era um pedinte.
A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Bahia (OAB-BA), vai oficiar o shopping pelo acontecido. Jerônimo Mesquita, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-BA, declarou em entrevista ainda ao Correio que o estabelecimento deve esclarecer o que houve e reparar o ocorrido. O representante cobrou ainda reparações: “[…]se vão fazer medidas reparatórias garantindo o acesso de jovens negros da periferia, por exemplo, a atividades de lazer; se vai haver política de inclusão de funcionários”. O Ministério Público também instaurou um inquérito para investigar o acontecido e apurar a responsabilidade do centro comercial sobre o racismo estrutural.
O caso captado pelo vídeo demonstra que os espaços de convívio não estão preparados para receber a população negra. Tantos anos após a abolição, pretos e pretas ainda são rechaçados nos espaços que frequentam, não importa sua idade, gênero ou situação. A atitude desse segurança é retrato de uma sociedade inteira e demiti-lo não é a melhor solução para despistar o mito da democracia racial. É preciso, inclusive, conscientizá-lo para que não seja mantenha comportamentos opressores, principalmente contra uma criança (negra).
