Que Martinho da Vila é um exemplo no samba, todo mundo sabe. Mas que é referência na sala de aula, ninguém imaginava. O homem sereno de setenta e nove anos ensina que nunca é tarde para se realizar.
O cantor, compositor, escritor e poeta integra a turma de Relações Internacionais, numa universidade privada localizada na Barra da Tijuca, e sem regalias, apenas com a abstenção de provas. É um aluno como qualquer outro: está lá como ouvinte e quer aprender. O homem negro, que já escreveu 14 livros sobre os mais diversos temas, desde samba até escravidão, faz jus ao ‘devagarinho é que a gente chega lá’.
Se antes Martinho da Vila já era inspiração, agora é também aspiração. Afinal, se a ocupação negra dos espaços na juventude já é difícil, na melhor idade deve ser ainda mais fatigante – o que não significa ser impossível integrar esse lugares. Muito pelo contrário e o cantor é prova disso!