Ator se irritou ao ser confundido com garçom; amiga de Miranda, Dani Calabresa teria mandado bilhete com xingamento à pessoa
O ator Luis Miranda e a comediante Dani Calabresa foram pivôs de uma polêmica em um restaurante japonês na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, na terça-feira, 5. Segundo relato feito no Facebook por Leandro Cerqueira Leite, co-piloto de aviação civil, uma amiga que o acompanhava confundiu Miranda com um garçom do estabelecimento e por isso foi acusada de racismo.
“Minha camisa parece de garçom, né? Só porque sou negro tenho que ser o garçom, né? Não trabalho aqui, não!”, teria dito Miranda. Leandro garante que sua amiga se desculpou logo na sequência, mas não bastou para amenizar a revolta do ator, que em dado momento anunciou em voz alta que pagaria a conta do casal de amigos. Antes de irem embora, viram Calabresa escrevendo uma mensagem em um guardanapo, que foi entregue aos dois.
O bilhete dizia: “Não sou garçom, assim como você também não é. Sou cliente, assim como você, mas existem coisas que nos diferem, como por exemplo o seu preconceito! Não poderia ir embora sem te mandar tomar no c***”. Leandro garante que Calabresa não presenciou o episódio e que até pensou em aceitar que Miranda lhe pagasse a conta, como resposta “à afronta e ao constragimento” que o ator estava fazendo ele e a amiga passarem, mas desistiu porque, de acordo com ele, por serem “caucasianos e heterossexuais não havia a menor possibilidade desse episódio acabar bem” para o lado deles.
Em entrevista ao site do jornal Extra, Miranda deu sua versão do incidente: “Ela foi racista comigo. Não é porque ela me confundiu com o garçom, mas porque ela não me pediu desculpas. Eu não estava do lado dela. Eu estava subindo para ir ao banheiro. Você olha para as pessoas ao lado, entendeu? Você entra num restaurante e chama qualquer pessoa de garçom por causa da cor?”. O ator confirma também que houve o envio do bilhete, mas diz que “não interessa quem escreveu”.
Leia abaixo na íntegra o relato de Leandro:
“Na noite de terça-feira , 05/04 fui jantar com uma amiga em um restaurante japonês bem conhecido na Barra da Tijuca.
Assim que chegamos no estabelecimento, ela, alguns passos a minha frente, se dirigiu um pouco distraída à um homem ( que por tê-la cumprimentado enquanto subia a pequena escada da entrada do restaurante) que acreditou ser o garçom e perguntou educadamente se havia mesa para duas pessoas disponível no salão interno do restaurante.
Teve a seguinte resposta em voz alta e tom irônico :
– Sou negro mas nem por isso sou garçom aqui !
– Minha camisa parece de garçom né ? (Puxando uma das mangas da regata branca que usava visivelmente irritado)
– Só porque sou negro tenho que ser o garçom né ? (Não que tenha qualquer relevância, mas 100% dos funcionários presentes na ocasião eram brancos e usavam camisa pólo amarela, mas levando em conta que estávamos ali há menos de 1 minuto, não tivemos tempo de perceber)
– Não trabalho aqui não !!! ( encerrou grosseiramente, deixando a entender que ela “por preconceito” achou que ele fosse garçom apenas por ser afrodescendente e/ou usando camisa regata).
Ela apenas se desculpou visivelmente constrangida depois do “show” do homem eu apenas ignorei e sentamos em uma mesa próxima.
Quem era o verdadeiro preconceituoso?
No mesmo momento que percebi o preconceito claro no discurso vitimista DELE, percebi também que se tratava de um ator da rede Globo chamado “Luís Miranda” e entendi claramente que estava extremamente frustrado por não ter sido reconhecido. (Até porque no mundo “hipocritamente correto” de hoje não reconhecer um ator deve ser um crime gravíssimo passível de pauta no congresso e punição).
Comecei então a pensar em quão hipócrita era seu discurso e que o preconceito em questão ERA DELE, e que jamais me ofenderia se fosse confundido com um funcionário de qualquer estabelecimento que eu esteja presente (como nas vezes que já aconteceram dentro de lojas por exemplo, fui confundido com vendedor) ou com qualquer profissional de qualquer profissão lícita .
Por acaso é algum demérito a profissão de garçom? Confundir uma pessoa que tenha outra profissão com um garçom tira sua honra ou dignidade? Apenas negros ou apenas brancos podem ser garçons? (Como bom frequentador de bares e restaurantes que sou, tenho bons amigos tirando desta profissão digna e honesta o sustento de suas famílias, tanto no Brasil quanto no exterior)
Passados alguns minutos , quando o nosso atendente conversava conosco, o homem volta caminhando em direção ao banheiro e diz alto para o atendente:
– Se eles precisarem de algo aí , pode colocar na minha conta !
Agora, nos provocando e querendo mostrar poder aquisitivo ou superioridade em algo. Neste momento comecei a me incomodar, (olhando-o, reparei que estava sentado em uma mesa na cia de uma moça e a também atriz “Dani Calabresa” que após nos olhar, abaixou a cabeça para escrever algo em um pedaço de papel ) e
pensei:
“OK, após o jantar, aceitarei sua proposta e conforme oferecido, passarei em sua mesa e agradecerei a gentileza de pagar a nossa conta e vou embora.” Seria uma bela resposta à afronta e constrangimento que aquele homem estava nos fazendo passar. Assim decidido, sabia que existia a possibilidade de iniciar uma discussão e passou por minha cabeça:
“Ele é um ator global, afrodescendente e assumidamente homossexual. Por mais que eu o veja como outro ser humano qualquer e o trate conforme o igual que é, qual a chance do pessoalzinho do mimimi politicamente correto (digo, “hipocritamente correto” ) não distorcer todos os fatos e começar com o blá-blá-blá e o discurso pronto de “racista homofóbico fascista opressor” ? Não seria um prato cheio para eles ? Apenas por sermos caucasianos e heterossexuais não havia a menor possibilidade desse episódio acabar bem pro nosso lado e decidimos pedir a conta ignorando a situação. Foi quando o garçom entrega para minha amiga o “bilhete” escritor por “Dani Calabresa” ( que passou o tempo inteiro em sua mesa afastada e não presenciou em momento algum qualquer discurso de seu amigo, mas mesmo assim tomou partido ) a pedido de seu amigo :
ISTO SIM É PRECONCEITO !!!”