Na última terça-feira (29), rolou no Rio de Janeiro o 26º Prêmio Multishow. “Onda Diferente”, musica de Ludmilla e Anitta que causou polêmicas foi premiado como Melhor Música Chiclete.
E aí começa tudo. Anitta trocava de roupa, de acordo com o Extra, quando o prêmio foi anunciado e Ludmilla subiu ao palco sozinha ao som de vaias e de gritos de fãs pedindo por Anitta.
Ludmilla, mesmo assim, agradeceu o prêmio é voltou para o seu lugar, com o apoio de Paulo Gustavo, que lembrou a importância de uma mulher negra, bissexual e periférica naquele espaço.
Mais tarde, Ludmilla foi premiada como a cantora do ano e teve uma reação emocionante. A artista chorou, pediu que meninas periféricas não desistissem dos seus sonhos e agradeceu pelas vaias.
Neste momento, artistas como Iza e Preta Gil também se emocionaram na plateia e, aqui, eu deixo a terceira pessoa para dizer que também me emocionei.
Ludmilla é uma menina negra, periférica, bissexual, que começou sua carreira como Mc Beyoncé. E na minha adolescência, carros com as musicas dessa menina passavam na minha rua.
Uma menina muito longe de status, do dinheiro e da fama como hoje ela felizmente alcançou. Naquela época, Lud já era exemplo, assim como permanece sendo hoje. Ludmilla não merece vaias, Ludmilla merece palmas.
Eu não consigo entender a perseguição que as pessoas têm com artistas negros. A polêmica sobre “Onda Diferente” em nada dá direito a fãs enlouquecidos de vaiar alguém que tem trabalhado duro e levado consigo sua família, seus amigos e sua raiz.
Que Ludmilla erga sempre sua voz e que esta conquista, mesmo em meio a vaias, seja só a primeira de muitas. E que essa menina negra, bi e periférica nunca pare, e saiba sempre que mesmo as palmas são pouco para ela.