Tive a sorte e o prazer de conhecer o trabalho de Janine Mathias pessoalmente. Trabalhei num Kwanzaa, na marca da minha mãe, e fiquei super animada para ver o show da Tássia Reis pela primeira vez na vida. Para a minha surpresa, Tássia veio acompanhada dessa cantora, que chegou dialogando com o rap, mas cantando samba e conquistando a todes na plateia. Ela já tinha seu próprio álbum. Agora, lança o segundo disco solo e a faixa “Devoção”.
Biel Lima lança ‘Copos Vazios’
Janine Mathias
Janine conta no podcast Vê lá se tá gravando que não tem fã clube porque seus fãs se tornam seus amigos. Não posso afirmar que isso é verdade porque não mantive contato com ela o suficiente para saber, mas no dia em que nos encontramos, ela realmente foi muito simpática e depois ainda conversou mais alguns dias comigo nas redes sociais.
A cantora, que reconhece a importância de seus ancestrais em sua caminhada, está sempre relembrando quem foram e são suas referências, nomes como Dona Ivone Lara, Jovelina Pérola Negra, Leci Brandão, Zeca Pagodinho, Zé Keti, Fundo de Quintal, Elza Soares, Arlindo Cruz, Nilze Carvalho, Miltinho, Clementina de Jesus, Riachão e Fabiana Cozza.
Mas se engana quem pensa que as influências acabam aí: ela também ouve rock e é muito fã de rap, então outras de suas referências são, por exemplo, Lauryn Hill e Racionais MC’s.
Devoção
Janine parece ser das pessoas que não acredita que as coisas aconteçam por acaso.
Do seu encontro com o samba ao seu encontro com o marido, por exemplo, ela conta histórias que indicam que ela acredita que tudo era para acontecer.
Com “Devoção”, não foi diferente. “Conheci esse som há 8 anos, gravei coro no disco do Nego Chandi e ele sempre me tocou de uma maneira muito especial, sobretudo por me lembrar a importância de não deixar de dialogar com a minha infância e adolescência, entende? O samba é minha herança. Herança dos nossos ancestrais. Tenho refletido muito sobre como realmente somos o sonho dos nossos avós e a continuidade dos nossos pais. A música também carrega essa alegria. Acredito que é preciso ir em frente sem esquecer o que me faz ser quem eu sou e é por isso que, agora, faço esse mergulho de volta”, destaca a artista.
Nos arranjos das bases de “Devoção”, dois músicos de destaque na cena musical brasileira assinando como co-arranjadores: Thomas Harres (Bateria, MPC) e Zé Nigro (Baixo). Thiago França (Flauta e Sax Tenor) e Pablo Carvalho (Congas) também estão envolvidos na obra. Para o coro, os vocais de Pamelloza, Val Andrade, Tito Amorin e Bruna Lucchesi.
Apesar de ser compositora também desde o início de sua carreira, esta canção não pertence à artista. A faixa, que promete agitar aquela boa roda de samba, tem letra assinada por Rodrigo Paulo, Léo Fé e Nego Chandi. Interpretando essa canção, Janine reverencia a arte ao qual se entrega – em plena maternidade – em um exercício de celebração ao passado, presente e futuro.
Aliás, ela também conta sobre as transformações pelas quais passou com a maternidade e da importância de contar com uma rede de apoio.
Acompanhe as redes sociais da cantora para saber mais.