Dessa vez, o racismo não aconteceu dentro de uma loja. Aconteceu pelas redes sociais, onde muitos crimes de injúria racial e racismo acontecem diariamente. No entanto, ainda que os crimes não aconteçam no espaço de trabalho de alguém, principalmente quando o agressor trabalha com o público, se espera esclarecimentos da instituição empregadora.
Ao que tudo indica, a vítima procurava trabalhos temporários e a agressora precisava de alguém para trabalhar na festa que realizaria. Sendo assim, o homem negro interessado no trabalho, iniciou uma conversa com a contratante explicando que precisava do trabalho e que tinha interesse em realizá-lo.
Para sua surpresa, recebeu a resposta de que ele não trabalharia na festa da mulher porque ela não aceitaria macacos queimando a sua festa. O homem ainda insistiu, explicando que precisava de trabalho e foi mais uma vez ofendido, chamado de macaco seguido de um palavrão.
A mulher racista é, segundo seu próprio perfil no Facebook, funcionária da Renner. O acontecido se caracteriza como injúria racial – aquele que pode ser fiançável, infelizmente. Não se sabe se ela foi denunciada pelo crime, mas suas mensagens e seu perfil foram expostos no facebook revelando onde ela trabalha.
A Renner fez uma declaração bastante superficial, dizendo que repudia qualquer forma de preconceito e o caso já está sendo averiguado. Em casos como esse, não basta dizer que uma investigação está em andamento. Se espera o resultado da investigação.
Se a agressora de fato trabalha nas lojas Renner, é importante que a instituição venha a público revelando que medidas foram tomadas com relação a ela. E não só: ainda que o episódio não tenha acontecido numa loja da empresa, ela tem a responsabilidade de garantir ao público que nenhum funcionário seja racista, desenvolvendo ações afirmativas e práticas antirracistas.
Atualização:
Na noite da última quarta-feira (5), a equipe de assessoria das lojas Renner entrou em contato com o Todos Negros do Mundo. Abaixo, o conteúdo do e-mail:
A Lojas Renner esclarece que a autora dos comentários em questão não faz parte do seu quadro de funcionários. A companhia ressalta que repudia toda e qualquer forma de preconceito.