O termo mouro vem do latim maures, que significa negro. De acordo com a Super Interessante, o termo faz referência à cor da pele da população dominada pelo Império Romano no século I antes de Cristo. Muito tempo depois, já convertidos ao islamismo, os mouros deram início à ocupação da Península Ibérica em 711, quando seu líder soube da rivalidade entre cristãos e muçulmanos na região.
Em menos de uma década, a população do norte da África já dominava o território da Península Ibérica, o que durou cerca de 8 séculos. Ao que tudo indica – já que não se tem muitas informações sobre a população negra -, o poder dos mouros foi interrompido após a reconquista cristã do território. Além disso, o povo pode ter sido fragmentado quando passou a fazer parte da mão de obra escrava e a ser vendido para outros lugares do mundo.
Devido à conquista de territórios e à influência que exerceram sobre Portugal e Espanha, muitas teorias apontam que esse povo foi responsável pela escravização de brancos. Os mouros representam uma parcela poderosa da população negra quase apagada pelos livros. E não somente pelos escritos, mas também estereotipada pela arte.
São essas as esculturas que representam os mouros numa loja de artigos de decoração perto da Oscar Freire, uma das ruas mais ricas de São Paulo.
As obras retratam mouros em posição de inferioridade e submissão, aos pés de quem adquire as peças que custam 36 mil reais o par. Além disso, a expressão dos homens negros demonstra tristeza e sofrimento.
De acordo com o vendedor, as peças foram feitas na França mas encomendadas de Roma. Os olhos são de vidro e essas produções eram muito comuns por volta dos anos 1500.
Antes de qualquer pergunta, justificou que esses eram negros, mas que já vendeu louros de olhos azuis, chineses, indígenas – todos nessa mesma posição.