Criado e editado inteiramente por estudantes da Escola de Direito de Harvard, nos EUA, o “Harvard The Review”, jornal de publicação independente com recorde de circulação, já contou com ilustres nomes em sua presidência. A primeira mulher ocupou o cargo há, aproximadamente, 40 anos e o primeiro negro, de nome Barack Obama, há pouco mais de 25. Desde então, hispânicos, asiáticos, mulheres brancas, homens negros e homossexuais desempenharam seu protagonismo dirigindo o jornal.
No entanto, apenas 130 anos depois de sua fundação, a publicação elegeu pela primeira vez uma presidenta negra. Filha de imigrantes nigerianos, ImeIme Umana, de 24 anos, disputou o ofício com mais de 10 candidatos e foi eleita pelos mais de 90 editores do periódico para dirigir o 131º volume da produção.
Em entrevista ao New York Times, Umana sugere o motivo do atraso sobre o protagonismo da mulher negra em espaços como o que alcança agora, da presidência do jornal de um curso elitista, na maior universidade dos Estados Unidos e do mundo segundo pesquisas: “Nós fomos sistematicamente excluídos da panorama legal e apenas agora estamos fazendo algumas incursões importantes”. E que grande incursão!
Ao contrário da maioria dos graduados das escolas de direito, a primeira presidenta negra do “The Review” não deseja fazer parte de uma corporação e receber altos salários. Seu sonho é, na verdade, a defensoria pública, que presta assistência jurídica gratuita a quem não pode pagar pelo serviço de um advogado. Que o protagonismo da mulher negra se estenda de Harvard ao mundo e que o retorno seja tão leal quanto o que Umana dá à sociedade: a justiça para quem dificilmente poderia alcançá-la.
