Conhecida como a rainha do samba, Dona Ivone Lara será a homenageada do episódio de estreia da nova temporada do poscast Toca Brasil, com ninguém menos que Fabiana Cozza como convidada para contribuir com a conversa.
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Dona Ivone Lara
Dona Ivone Lara nasceu em 1921 no Rio de Janeiro. Tendo perdido os pais muito cedo, ela aprendeu com o tio a tocar cavaquinho – mas não com o intuito de torná-la artista. Ela atuou, inclusive, como assistente social durante um longo período de sua vida e deixou a carreira apenas em decorrência de sua aposentadoria.
A música, no entanto, sempre fez parte de sua vida. Sua mãe era cantora e boa parte de sua família bastante envolvida com o samba, gênero do qual ela sempre foi muito próxima. Mesmo antes de se aposentar, em 1977, Dona Ivone Lara já dedicava seu tempo à música e ao carnaval, tendo ingressado, em 1965, à Ala de Compositores do Império Serrano e se tornado a primeira compositora feminina reconhecida em uma escola de samba.
Seu primeiro álbum, Sambão 70, também é anterior a sua aposentadoria e, desde então, muitos foram os álbuns gravados pela própria cantora, compositora e atriz, além das homenagens feitas em seu nome e as diversas premiações dentro e fora do Brasil.
Dona Ivone Lara partiu em 2018, no entanto, partindo da premissa yorubá de que só morre aquele que não é lembrade, permanece eternamente viva em nossa memória e em nossos corações.
A fim de celebrar o centenário deste ícone da música brasileira, o jornalista convida Fabiana Cozza para uma conversa sobre a biografia desta pioneira da música. A escolha não foi à toa: além da longa carreira e da importância de Cozza para a música brasileira, a cantora, compositora, pesquisadora e intérprete tem uma forte relação com Dona Ivone Lara como sua guia.
“A entrevista com Fabiana foi uma das mais emocionantes que fiz no projeto. Ela tem não somente amplo conhecimento musical, como também uma didática muito boa”, diz Martins, que abordou a trajetória de Dona Ivone em linha cronológica. “Fabiana não só colocou toda a emoção como contextualizou a figura feminina da Dona Ivone no samba”, conta ele sobre a primeira mulher a compor para uma escola de samba. “Nessa época ela precisava se esconder na aba de compositores masculinos. A partir dela, uma grande quantidade de mulheres se assumiram compositoras”, observa.