Neste mês de agosto, a Mostra de Cinemas Africanos promove o curso “A Cinematografia Múltipla de Flora Gomes”, ministrado pela pesquisadora e especialista na obra do cineasta da Guiné-Bissau, Jusciele Oliveira. Os encontros acontecem aos sábados de agosto, das 15h às 19h (total de 20 horas), e contarão com a presença do próprio diretor em uma das aulas. O investimento é de R$ 200,00, com emissão de certificado.
Os filmes, legendados em português, serão enviados aos inscritos por meio de links privados que ficarão disponíveis por dois meses (agosto e setembro de 2020). As aulas acontecerão na plataforma Zoom e o curso oferece 90 vagas. Dúvidas podem ser enviadas para o e-mail [email protected]. Inscrições no link: https://bit.ly/cursoflora.
Flora Gomes é um dos nomes mais importantes dos cinemas africanos. Estudou cinema em Cuba, no Instituto Cubano de Artes e Indústria Cinematográfica – ICAIC (1967-1972), sob os ensinamentos de Santiago Álvarez Román; e em Dakar, na Televisão Senegalesa (1972-1973), sob orientação de um dos mestres dos cinemas africanos, Paulin Soumanou Vieyra.
Iniciou a sua carreira cinematográfica ao lado de Sana Na N’Hada, co-realizando com este dois curtas-metragens: “O Regresso de Cabral” (1976) e “Anos no Oça Luta” (1976). Seus longas-metragens de ficção são: “Mortu Nega” (Morte Negada, 1988), “Udju Azul di Yonta” (Olhos azuis de Yonta, 1992), “Po di Sangui” (Pau/Árvore de Sangue, 1996), “Nha Fala” (Minha fala, 2002) e “Republica di Mininus” (República de Meninos, 2012); e do documentário “As Duas Faces da Guerra” (2006), que assina em coautoria com Diana Andringa.
Com este curso, espera-se contribuir também com a ampliação de conhecimentos em torno da Guiné-Bissau por meio da obra Flora Gomes, que em seus filmes apresenta a sociedade, a história, memórias e tradições bissau-guineenses de maneira nada estereotipada. O curso terá ênfase na área dos estudos cinematográficos, partindo da concepção de autoria e da teoria dos autores para pensar na obra do diretor.
Por meio de análises fílmicas orientadas, serão destacados traços formais, estilísticos, estéticos e de conteúdo do realizador, examinando as estratégias de mise en scène, modo de construção narrativa e recorrências temáticas encontradas nos cinco longas-metragens de ficção: “Mortu Nega” (Morte negada, 1988), “Udju azul di Yonta” (Olhos azuis de Yonta, 1992), “Po di Sangui” (Pau/Árvore de sangue, 1996), “Nha Fala” (Minha fala, 2002) e “Republica di Mininus” (República dos Meninos, 2012).