Recentemente lançado, o teaser de Dear White People tem rendido pautas e mais pautas, principalmente nos Estados Unidos. A exposição do racismo realizada pela série, com vídeo que aborda e critica o blackface, tem sido interpretada como racismo reverso ou campanha “anti-brancos”.
No Youtube, pessoas dedicam seu tempo para articular um boicote contra a nova série da Netflix que tem, até agora, 43 mil likes e 352 mil dislikes. Os vídeos publicados por vlogueiros norte-americanos brancos estimulam que o público avalie mal o teaser da produção. E, até agora, a campanha parece ter dado certo.
No canal Red Pill Philosophy, cujo nome pode fazer referência ao “redneck”, palavra pejorativa que caracteriza a classe média baixa branca e conservadora interiorana, um youtuber diz que buscava relaxar, até que recebeu um teaser da série, onde aparentemente uma mulher “negr… ops, desculpem, marrom clara” é protagonista do seriado que exalta o racismo anti-brancos, de forma agressiva. Em seguida, o homem branco já orienta que seus quase 169 mil seguidores deixem seu dislike na prévia da produção.
Infelizmente, esse não é o único canal norte-americano a fazer abordagens negativas sobre Dear White People. Ao mesmo tempo, boa parte dos youtubers que criticam a produção tem vídeos que estimulam a exclusão dos negros, das mulheres e dos LGBTs. Em Red Pill Philosophy, por exemplo, o segundo vídeo mais visto tem o título “É certo bater numa mulher? Sim, se você apoia igualdade de gênero”, onde uma mulher é espancada num elevador após reagir ao assédio de um homem.
Felizmente, no Brasil, apesar de algumas reações embasadas no tal racismo reverso, o teaser não tem alcançado repercussão negativa o suficiente para promover um discurso de ódio generalizado contra a população negra. A abordagem sobre o blackface na série é válida e necessária. E mais: muitas outras formas de racismo deveriam ser abordadas, inclusive a viralização do preconceito racial nas redes sociais como o youtube.