Maria da Conceição Evaristo de Brito é natural de Minas Gerais. Com seus 74 anos, esbanja conhecimento e já se tornou um legado para a escrita nacional. Na próxima segunda-feira (6), vai participar do “Roda Vida”. Com certeza é uma atração imperdível, por isso, para acompanhar a entrevista, vamos contar um pouco da história dessa mulher.
Sonhadora, Conceição batalhou para estudar e conquistar o tão sonhado diploma e se graduou em Letras pela UFRJ. Por muitos anos, trabalhou como professora na rede pública, mas sempre cultivando seu talento para escrita. Em 1990, seis de seus poemas foram publicados na coletânea Cadernos Negros. A partir de então, o mundo tomou conhecimento de seu talento.
No ano de 2003, publicou o romance Ponciá Vicêncio. Além disso, a obra foi foco de uma pesquisa acadêmica pela primeira vez no Brasil.
A escrita da realidade: Carolina Maria de Jesus e o seu legado
Mulher negra, empregada doméstica, lutando contra as estatísticas. Ainda assim Conceição hoje é um dos maiores nomes da literatura.
Entre as suas obras, o livro Olhos d’Água é muito comentado. Abaixo se encontra um trecho do poema que deu origem à obra:
“Vi só lágrimas e lágrimas. Entretanto, ela sorria feliz. Mas eram tantas lágrimas, que eu me perguntei se minha mãe tinha olhos ou rios caudalosos sobre a face. E só então compreendi. Minha mãe trazia, serenamente em si, águas correntezas. Por isso, prantos e prantos a enfeitar o seu rosto. A cor dos olhos de minha mãe era cor de olhos d’água. Águas de Mamãe Oxum! Rios calmos, mas profundos e enganosos para quem contempla a vida apenas pela superfície. Sim, águas de Mamãe Oxum”.
Escrevivências de Conceição Evaristo
Conceição Evaristo usa da junção para criar novas palavras com outros significados. Dessa forma, resgata a ancestralidade em busca da construção de um futuro.
Diversos temas já foram criados, um deles é o termo “escrevivências”. O significado vem do processo narrativo, que mistura a ficção e o cotidiano. Por exemplo, “Escreviver” é contar, a partir de uma realidade particular e ainda assim apontar para o coletivo.
Entre as suas obras podemos citar: Ponciá Vicêncio (2003); Becos da Memória (2006); Insubmissas lágrimas de mulheres (2011); Olhos d’ Água (2014); Histórias de leves enganos e parecenças (2016) e Poemas da recordação e outros movimentos (2017). Além disso, a escritora participou de várias antologias.
Para quem se interessou, não perca o programa Roda Viva, na segunda-feira (6), às 22h na TV Cultura e nas redes sociais.