Na última segunda-feira (03), o deputado federal Jair Bolsonaro foi palestrante no clube Hebraica, na zona sul do Rio de Janeiro. Como de costume, o homem que integra, quase ao mesmo tempo, bancada da bíblia e bancada da bala, surpreendeu o público com novas declarações polêmicas. Dessa vez, o ataque foi contra as reservas indígenas e as comunidades quilombolas.
O deputado ostentou um discurso contra as reservas indígenas, afirmando que embaixo delas existem riquezas. Não contente, Bolsonaro disparou críticas contra as comunidades quilombolas, afirmando que o afrodescendente mais leve no quilombo que ele visitou pesava sete arrobas, unidade de medida equivalente a quase 15 kg, utilizada para pesar gado. “Nem para para procriador ele serve mais”, declarou o político.
Caso eleito em 2018, o deputado prometeu acabar com todas reservas indígenas e comunidades quilombolas do país, ancorado numa justificativa de altos gastos com essas parcelas da população. Diante do discurso ofensivo, aproximadamente 150 pessoas protestaram na porta do clube, com cartazes ocupados pelos nomes de judeus mortos durante a ditadura militar.
Quando divulgada a presença de um político na instituição, cerca de 2.500 assinaturas compuseram um abaixo assinado contra a palestra. Mesmo assim, Bolsonaro foi recebido e dispensou seu discurso preconceituoso. Não é a primeira vez que o pré-candidato a Presidência da República expõe sua política preconceituosa, nem que é surpreendidos pelas manifestações contrárias à sua fala.
Conhecido por frases como “não te estupro porque você não merece”, contra a deputada federal Maria do Rosário; “a PM devia ter matado 1.000 e não 111 presos”, sobre o massacre do Carandiru; “prefiro que um filho meu morra num acidente do que apareça com um bigodudo por aí”, sobre homossexualidade; e “eu não corro esse risco, meus filhos foram muito bem educados” sobre a possibilidade de ter uma nora negra que lhe rendeu um processo, Jair Bolsonaro é uma provocação à garantia dos direitos humanos.