Disponível na Netflix, “Olhos que condenam” narra uma história baseada no caso real de 1989, quando cinco adolescentes negros foram vítimas de uma falsa acusação de estupro no Central Park.
A série, que estreou no final de maio, traz à tona uma das maiores injustiças que aconteceram nos Estados Unidos, gerando a cada minuto do enredo um grito interno que concilia dor e revolta.
Assistir à produção é relembrar e reviver violências que acometem gente de pele preta. É, mais uma vez, entender como o racismo não permite a defesa ou a inocência da população negra.
Conhecido como “Os Cinco do Central Park”, o caso tomou grande dimensão: jornais norte-americanos pediam enfurecidos a pena de morte dos acusados, apoiados inclusive por empresários.
A dificuldade em provar a inocência, mesmo que não existissem provas sobre o crime ter sido cometido pelos acusados, colaborou para que os cinco ficassem anos presos, até que o verdadeiro culpado assumiu, em 2001, ter cometido o estupro.
Só depois disso, os meninos foram inocentados e libertados. Pediram, então, uma indenização à cidade de Nova York e foi decretado que receberiam 1 milhão de dólares por cada ano presos, o que não aconteceu até hoje.
Dinheiro algum pagaria tanto tempo e tanta injustiça. Em entrevista à Oprah Winfrey, Kevin Richardson, um dos acusados, disse que a série é “agridoce”. “Ver isso é doloroso, mas é necessário. Isso precisa ser visto”, completou.