Durante essa semana, entre os dias 23 e 28, está acontecendo a 42º segunda edição da São Paulo Fashion Week, maior evento de moda do país e o mais importante da América Latina. Conhecida não só por ditar a moda que os fashionistas irão usar na próxima estação, mas também por revelar as grandes new faces, nesse ano a semana de moda de São Paulo já começou com uma grande quebra de paradigmas: modelos plus size desfilando na passarela.
A novidade veio da estreia da grife do Emicida e Evandro Fióte, a LAB – Laboratório Fantasma, que em parceria com o coletivo de moda África Plus Size Brasil, incluiu em seu casting três modelos plus size e um vitiligo, acrescentando ao desfile ainda mais estilo, diversidade e representatividade que é a marca registrada da LAB.
O África Plus Size Brasil é um coletivo de moda, cujo trabalho é comunicação, produção de eventos, criação de moda e casting. Buscando o resgate da auto estima de grupos marginalizados pela indústria da beleza, tem como foco principal mulheres gordas e negras, mas viu no ambiente fashion a necessidade de também trabalhar outros públicos, por isso hoje o casting é composto por modelos de manequim do 42 ao 62 tanto para o feminino quanto masculino de todas as etnias e sexualidade.
Os selecionadas para compor o casting do SPFW foram, Bia Gremion, manequim 60, Akeen Kimbo, negro manequim 56 e Sam Gonçalves negro, manequim 38 e com vitiligo. Eles representam exatamente o ideal do APSFWB, que é a diversidade, sendo estética, étnica, de gênero e principalmente de proporções corporais.
Luciane Barros, diretora do África Plus Size Brasil, está feliz com a estreia e segundo ela é uma grande conquista ser pioneira na inserção de um casting plus size nas passarelas da SPFW. “A nossa visão sempre foi conquistar mais espaços e conseguimos, o nosso coletivo de moda inseriu o primeiro casting plus size no SPFW e esse fato fez toda a diferença na moda como um todo. Nessa edição desfilaram corpos de manequim 60 e corpos com vitiligo para mostrar que é sim uma beleza a ser valorizada e apreciada. Nossa missão foi levar ao evento a real diversidade e nós conseguimos! O nosso objetivo sempre foi ter todos os corpos em uma só passarela, sem distinção de magro e gordo, negro ou branco e com a mesma valorização da beleza”.
Ela comemora o fato de ser a primeira a levar mulheres gordas para um dos cinco maiores eventos de moda do mundo, mas afirma que não é tudo, como empresária do ramo, ainda almeja muito mais para a moda plus size brasileira. ” Lá [na SPFW] é um lugar onde a gente sempre quis chegar, mas eu vejo como um começo e não como um limite.
O desfile da LAB- Laboratórios Fantasma aconteceu na última segunda feira, 24/10 na Sala Ibirapuera, Bienal de São Paulo.
SPFW é um dos lugares que queríamos chegar, mas não é o fim, ainda tem muitas conquistas e muitas realizações pela frente.”