Uma competição com intuito de gerar interação entre ‘bixos’ – alunos recém-chegados – e veteranos, a gincana da Poli, Integrapoli, conta com provas de dança, teatro, paintball, produção de vídeos e, até mesmo, uma caça ao tesouro.
Nesse ano, considerando o histórico machista, racista e homofóbico do evento, com provas que contaram com blackface – prática de pintar o rosto de preto como maneira de ridicularizar a raça negra – e objetificação das mulheres, a elaboração das provas contou com a participação dos coletivos.
Dentre as propostas, a reprodução do vídeo Survivor de Clarice Falcão era uma das provas realizadas em todos os centros acadêmicos. Com uma produção que denuncia o machismo, o sexismo e o racismo, o centro acadêmico da engenharia civil ganhou a competição.
Segundo Larissa Mendes, uma das duas estudantes negras que aparecem no vídeo, a vitória foi muito significativa: “Nosso centro é extremamente marcado por um passado machista, tanto que até hoje ele tem uma fama ruim na Poli”. No entanto, assim como a sociedade, a Poli também está mudando.
Larissa comentou ainda que, tanto para ela quanto para outra participante negra do vídeo, a produção foi muito importante porque não há muitas mulheres negras na Poli. No vídeo, a estudante estampou em seus braços a frase ‘cara de empregada’, porque foi oprimida com essa expressão quando fazia cursinho: “foi muito dolorido pra mim”.
Felizmente as minorias estão não apenas alcançando os espaços antes segregados, mas também denunciando os preconceitos que se prolongaram até os dias de hoje. É uma honra assistir a um vídeo onde tantos estereótipos são quebrados e tantas lutas diferentes se unem para promoção da equidade.
Confira: