Em 2013, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) solicitou, aos pesquisadores brasileiros, informações sobre raça e cor em seus currículos Lattes. Dois anos mais tarde, um estudo revelou que dos mais de 90.000 bolsistas da instituição, pouco mais de 5000 são mulheres negras que realizam pesquisas voltadas para ciências exatas. O número, pequeno para um país de 52% de negros, compreende pesquisadores de Mestrado, Doutorado e Iniciação Científica.
Na era em que a população se emociona com a história das três mulheres negras – os computadores da Nasa – retratadas em “Estrelas Além do Tempo”, pouco se sabe sobre as cientistas brasileiras. Infelizmente, ainda são poucas dadas as difíceis condições a que a parcela negra permanece submetida. No entanto, o surgimento das oportunidades aos poucos possibilita a incursão dessa dupla minoria nos espaços privilegiados.
Uma pesquisa apresentada em 2014 pela Thomson Reuters, empresa detentora da maior base de dados do mundo sobre conhecimento científico, indicou o crescimento do Brasil sobre as pesquisas. O país que antes ocupava o 24º lugar no ranking, passou a ocupar o 13º, comprovando a grande produção de artigos científicos no território.
Apesar dos números, não se sabe ao certo a contribuição prática das pesquisas produzidas no Brasil, mas é possível identificar avanço. Mas mulheres como Katherine Johnson, Mary Jackson, Dorothy Vaughan, Sonia Guimarães, Anita Canavarro, Katemari Rosa e tantas outras que, infelizmente pouco são conhecidas, quebram o estereótipo do sucesso da mulher negra apenas como artista ou esportista. Afinal, lugar de mulher negra também é onde ela quiser!