Começou ontem, em Belo Horizonte, a primeira temporada de “Segunda Preta”, projeto que contempla espetáculos e experimentos cênicos criados e dirigidos por artistas negros. Inspirado em “Terça Preta”, do Bando de Teatro Olodum em Salvador, os trabalhos são apresentados às 20 horas, de 16 de janeiro a 20 de fevereiro sempre às segundas-feiras, no Teatro Espanca, localizado na Rua Aarão Reis, 542, no centro da capital mineira.
Como se não bastasse a proposta tentadora de apresentar trabalhos criados e dirigidos por negros, nessa primeira temporada os artistas homenageiam Ruth de Souza, a primeira atriz negra a representar no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Aos 95 anos, em novembro do ano passado, Ruth recebeu como homenagem “Pérola Negra: Ruth de Souza”, projeto expositório que reuniu cerca de 25 produções cinematográficas com sua participação.
Apesar de quase 100 anos depois, a representatividade ainda se faz necessária e agora são artistas como Alexandre de Sena, um dos criadores do “Segunda Preta”, que resistem e evidenciam a importância do negro no teatro, através de muita resistência.
Por isso, se você está pela terra do pão de queijo e perdeu a apresentação de ontem, não precisa ficar triste. Um espetáculo já foi apresentado mas ainda dá tempo de conferir esse projeto que reivindica representatividade através da arte. São, ao todo, quatro espetáculos teatrais, 3 cenas curtas e um experimento cênico multimídia, por um precinho popular: R$ 10, 00 a inteira e R$ 5,00 a meia para quem mora longe.
Que o espetáculo deve ser lindo, a gente já imagina. Agora vamos torcer para que ele atravesse o estado de Minas Gerais e alcance muitos outros. E mais: que haja “Segunda Preta”, “Terça Preta”, quarta preta, quinta preta… Que todo dia seja nosso.
Saiba mais aqui.