Conseguir tirar um projeto do papel requer planejamento e dedicação. Por isso, as idealizadoras da MAAT Escola estão trabalhando para inaugurar o espaço físico em 2022. O objetivo é dar aula para crianças na educação infantil.
A escola inaugura ano que vem, mas a ideia começou a ser montada já faz um tempo. A partir daí, a vontade de criar um ambiente com diversidade e de resgate cultural, que uniu as fundadoras, só aumentou. Alda Helena Machado, atriz, administradora e pedagoga, Ana Luisa Vieira, educadora popular licenciada em letras, Priscila Viana, pedagoga e dirigente, Aline Kariri Mina, educadora social, advogada e mestranda, buscam trazer para as salas de aula uma afroperspectiva.
“Toda instituição escolar deve ser construída coletivamente … primeiramente, para nós, se trata de respeitar a sociedade afro-brasiliana, de respeito ao povo preto e indígena. Assim como se trata de ressignificação, reparação, valorização, justiça. Além disso, é uma maneira para superação do racismo estrutural. Como é possível chegarmos à maturidade de maneira integral e sermos sujeitos autônomos e capazes, sendo que ouvimos narrativas que degradam a nossa essência e existência? ”
Rumo à MAAT
Para concretizar os planos, Alda se filiou à Inventivos.co, de Monique Evelle e seu companheiro Lucas Santana. Assim, surgiu a possibilidade de participar da metodologia Mesa, um processo para alcançar a meta de alcançar de R$70.000.
“Incentivos.co é uma comunidade para tirar ideias do papel sobre empreendedorismo. Lá fomos selecionadas para participar da metodologia Mesa 2, com a equipe Inventivos. Ou seja, é uma imersão. No caso, nós fizemos em cinco dias para solucionar problemas complexos. A solução é captar recursos para abrir o espaço físico da escola. Com essa missão, começamos a trabalhar para juntar o dinheiro”, relata Alda.
Além das ideias para arrecadar os fundos, surgiu também a necessidade de reformular o site da MAAT Escola. Posteriormente, outros projetos serão desenvolvidos, como podcast e mais novidades. No Instagram e no Facebook, as informações já estão disponíveis.
Projeto de escola afrocêntrica está sendo desenvolvido para resgatar cultura e conhecimento
MAAT Escola e suas conexões
Alguns eventos acontecerão nos próximos dias e já estão disponíveis no site oficial da MAAT Educação. Como por exemplo, as Conexões Maat, que unem arte, ancestralidade e coletividade. Essas conexões são na verdade aulas e palestras ministradas por alguns pensadores contemporâneos.
Alguns nomes se destacam, como por exemplo Renato Noguera, que é professor de pós-graduação da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Além disso, é também pesquisador do Laboratório de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Leafro). Assim, também busca estudar sobre como as crianças pensam em relação à escola. O time ainda conta com Kiusam Regina de Oliveira e Sandra Benites.
Kiusam é mestra em Psicologia e Doutora em Educação pela Universidade de São Paulo (USP). Atua como professora há mais de 25 anos. Afinal, grande parte deste período foi dedicado à Educação Especial e à formação de profissionais de Educação no município de Diadema, São Paulo. Acima de tudo, é uma escritora premiada, autora de obras como “O Mundo no Black Power de Tayó” “Omo-oba: Histórias de Princesas”, “O Mar que Banha a Ilha de Goré” e “O Black Power de Akin”. Ativista do Movimento Negro Unificado (MNU) desde 1980.
A antropóloga, arte-educadora e artesã, Sandra Benites é natural da etnia Guarani Nhandewa, da aldeia de Porto Lindo, no Mato Grosso do Sul. Doutoranda em Antropologia Social pelo Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Como curadora adjunta do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP). Benites procura utilizar a arte como ponte entre os povos indígenas brasileiros e as populações de outras origens.