Daiane Garcia dos Santos, mais conhecida como Daiane dos Santos, é uma ex-ginasta brasileira que competiu em ginasticas artísticas. Ela nasceu no dia 10 de fevereiro de 1983, em Porto Alegre.
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Daiane foi pioneira em diversas situações. Além de ser a primeira ginasta brasileira (entre homens e mulheres) a conquistar uma medalha em uma edição do campeonato mundial, ela também foi a primeira atleta negra do mundo a conquistar uma medalha de ouro.
Ela fez parte da primeira equipe completa de ginástica artística a competir pelo Brasil em uma edição das Olimpíadas, que aconteceu em Atena, em 2004. Daiane dos Santos também tem dois movimentos que levam seu nome pelo fato dela ter sido a primeira ginasta do mundo a conseguir realizá-los: o duplo twist carpado (conhecido como Dos Santos I) e o duplo twist esticado (conhecido como Dos Santos II).
Recentemente, Daiane deu uma entrevista à revista Marie Claire onde ela contou um pouco sobre a sua vida e a sua experiência enquanto integrava a seleção brasileira de ginástica artística.
‘Acho que não existe uma pessoa preta que não tenha sofrido racismo na vida. O que acontece é que muitas pessoas não entendem o que estão passando, não sabem diagnosticar. No meu caso, sempre foi tudo muito sutil: um olhar diferente, um tratamento diferente. Uma levantada de voz’, contou a ex-atleta.
‘Comigo, houve situações na seleção, nos clubes, de pessoas que não queriam ficar perto, que não queriam usar o mesmo banheiro! Aquele tipo de coisa que nos faz pensar: opa, voltamos à segregação. Banheiros para brancos e banheiros para pessoas de cor. Teve muito isso dentro da seleção’, continuou Daiane.
‘Além da questão da raça, tem a questão de vir do Sul, de não ser do centro do país, de ter origem humilde. Ou seja: ela é tudo o que a gente não queria aqui. Quando a gente vê uma pessoa preta em um lugar, ela representa todas as pessoas pretas. Mostra que é um lugar possível. E ainda mais em esportes que não são os que as pessoas estão acostumadas a ver uma pele escura’, ela explicou.
‘A repercussão foi mundial, porque eu não fui a primeira negra brasileira, fui a primeira ginasta negra do mundo a ganhar uma medalha de ouro. Se fala sobre preconceito racial na semana da Consciência Negra, no mês de novembro, que a gente tem um dia. Desculpa, eu não sou negra um dia, eu sou negra todos os dias’, desabafou a atleta.